A corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumprem nesta terça-feira, 4, mandados de busca e apreensão contra um delegado. A operação faz parte de uma investigação sobre corrupção policial citada pelo delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vinicius Gritzbach, assassinado no dia 8 de novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos.
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De acordo com o Gaeco, “apurou-se que um policial preso em dezembro fazia pagamentos periódicos ao delegado”.
“De acordo com os investigadores, o dinheiro usado para fazer os pagamentos era decorrente de arrecadação de valores obtidos por atos de corrupção policial em favor de organização criminosa”, acrescentou.
O jornal Folha de S.Paulo apurou que o delegado alvo dos mandados é Alberto Pereira Matheus Junior. O policial civil preso em dezembro é Eduardo Lopes Monteiro. Ele é suspeito de extorquir dinheiro de Gritzbach.
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O investigador Eduardo Lopes Monteiro, preso na Operação Tacitus, movimentou cerca de R$ 12 milhões, e o agente Rogério de Almeida Felício movimentou cerca de R$ 13 milhões, conforme o levantamento da Folha. A maior parte do patrimônio envolve compra e venda de imóveis.
Delator do PCC entregou policiais suspeitos de corrupção
Em um acordo de delação premiada com o Ministério Público, Gritzbach revelou uma lista de policiais supostamente envolvidos em esquemas de corrupção. Entre os nomes mencionados estavam Monteiro, Felício e o delegado Fábio Baena, que atuou como chefe de ambos durante o período em que estiveram no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Baena e sua equipe investigaram em 2021 o assassinato de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, um dos líderes do PCC. Gritzbach era o principal suspeito de ser o mandante do crime. Os policiais teriam exigido dinheiro para livrá-lo das acusações, segundo a versão apresentada pelo delator.
É preciso muita cautela para carimbar de corrupto um servidor público. È preciso levantar a vida pregressa e analisar as provas. Palavra de bandido sempre è suspeita.
É preciso muita cautela para carimbar de corrupto um servidor público. È preciso levantar a vida pregressa e analisar as provas. Palavra de bandido sempre è suspeita.