Um dos presidiários envolvido no plano de sequestro do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) pediu para ser transferido para uma cela de segurança na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo, por medo de represálias do Primeiro Comando da Capital (PCC). Valter Lima Nascimento, de 43 anos, conhecido como Guinho, fez o pedido na quarta-feira 19 e foi encaminhado ao pavilhão hospitalar da unidade prisional.
A solicitação de Guinho ocorreu depois do assassinato de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Ré, ambos de 48 anos, na mesma penitenciária no dia 17, a mando do PCC.
Eles eram líderes da quadrilha que planejava sequestrar Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo.
Além de Guinho, estão detidos na P2 de Venceslau outros três membros do grupo: Claudinei Gomes Carias, o Nei, de 44 anos; Herick da Silva Soares, o Sonata, de 23 anos; e Franklin da Silva Correa, o Frank, de 29 anos. Todos foram presos pela Polícia Federal em março de 2023.
O plano da quadrilha era usar os sequestros como moeda de troca para libertar líderes do PCC detidos em Brasília e Porto Velho. A conspiração foi revelada por um ex-membro da facção criminosa. Nefo e Ré, apontados pela PF como cabeças da célula “restrita” do PCC, responsável por atentados a edifícios públicos e ataques a autoridades, foram mortos com facas e canivetes.
Assassinatos na prisão
As mortes de Nefo e Ré ocorreram depois do almoço, durante o banho de sol no pátio da prisão. Ré foi levado ao banheiro e assassinado com golpes de canivete e punhal artesanal. Em seguida, Nefo foi morto no pátio. Segundo agentes penitenciários, Nei, Sonata e Frank temem sofrer o mesmo destino.
A Polícia Civil identificou quatro presos suspeitos dos assassinatos: Luís Fernando Baron Versalli, de 53 anos, Ronaldo Arquimedes Marinho, de 53 anos, Jaime Paulino de Oliveira, de 46 anos, e Elidan Silva Ceu, de 45 anos. Eles foram interrogados, mas permaneceram em silêncio. Versalli tem uma condenação de 69 anos e seis meses por latrocínio e homicídios.
Condenações dos suspeitos ligados ao PCC
Marinho, condenado a 39 anos e 11 meses por homicídio, roubos e furtos, ganhou uma TV de André do Rap, um narcotraficante ligado ao PCC, quando este foi libertado por habeas corpus. Oliveira foi condenado a 36 anos e quatro meses por homicídios em Araraquara e Campinas. Os três, junto com Versalli, foram isolados em um pavilhão disciplinar e responderão pelos homicídios.
A reportagem tentou contato com os advogados dos acusados, mas não obteve resposta. Esta matéria será atualizada caso haja manifestação dos defensores.
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