Organização classificou queda da commodity como “choque brutal, extremo e planetário”
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu as perspectivas de consumo mundial do óleo de um aumento de produção de 6,9 milhões barris por dia (bpd) para uma queda de 6,8 milhões de barris por dia. Ainda segundo as previsões divulgadas em relatório mensal, o consumo mundial deve ficar em 92,82 milhões de barris por dia (mbd). Com isso, a instituição passou a falar em “colapso histórico” na demanda.
Um declínio no consumo da commodity não acontecia desde 2009.
“A pandemia de covid-19 está afetando a demanda de petróleo de muitos países e regiões, com um impacto sem precedentes nas necessidades, principalmente em combustíveis para transporte”, aponta o relatório. A baixa no uso de carros e transporte público nas cidades e a paralisação do setor aéreo afetaram o mercado drasticamente.
O segundo trimestre ainda será de uma queda esperada de 12 milhões de barris por dia. Uma modesta recuperação deve ocorrer no terceiro e quarto trimestres, que ainda verão a demanda cair – 6 milhões e 3,5 milhões de barris por dia respectivamente – mas menos que no primeiro semestre do ano.
“O mercado do petróleo está sofrendo atualmente um choque histórico que é brutal, extremo e de escala mundial”, frisa o relatório da Opep, que recentemente tentou conter as quedas nos preços limitando a produção a 9,7 milhões de barris por dia em maio e junho e contando com a cooperação dos países do G20.
Por tudo isso, todos os países produtores devem se ver obrigados a diminuir suas extrações este ano em pelo menos 1,5 milhão de barris por dia. Cenário sombrio para as já abaladas refinarias: “A queda no consumo poderia levar mais delas a reduzir ou até interromper suas operações, devido à falta de um ambiente econômico favorável, capacidade de armazenamento ou até funcionários disponíveis”.