Segmento contabiliza perdas que totalizam quase R$ 90 bilhões
Um dos setores mais impactados economicamente pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Essa é a mensagem que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reforça sobre o último termo que faz parte de seu nome. De acordo com a entidade, o segmento de turismo no país já acumula perdas na casa de R$ 87,7 bilhões.
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A instituição enfatiza, entre outros pontos, que a contagem do prejuízo começou em março. Desde então, o turismo se viu diretamente prejudicado pela pandemia. Regras de isolamento social, o cancelamento de voos e o fechamento de fronteiras diminuíram o ritmo do setor. Além disso, algumas localidades do Brasil chegaram a proibir a abertura de estabelecimentos como pousadas e hotéis-fazenda.
Com o saldo negativo diante da crise, o setor deve, consequentemente, ser responsável pelo fechamento de postos de trabalho. Conforme indicado pela CNC, estima-se que a área de turismo no país feche o semestre com mais de 700 mil demissões.
De acordo com a entidade, as perdas foram puxadas pelos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Mais da metade, a saber. Por divisões, os núcleos de alojamento e alimentação fora de casa podem ter demitido cerca de 350 profissionais no decorrer dos meses de março, abril e maio.
Sem perspectiva
Em nota, a divisão econômica da CNC avalia que, por ora, não se pode dizer quando o turismo voltará a crescer no Brasil. “Ainda não é possível detectar quando se dará a inflexão da atual tendência de perdas nas atividades que compõem o turismo nacional”, informa a entidade, de acordo com a Agência Brasil.
“Uma inércia mais acentuada”
O fato de países mundo afora já se reabrirem para as atividades econômicas não tem animado o turismo no Brasil. “Mesmo em outras regiões do globo que já contam com o relaxamento do confinamento, nota-se uma inércia mais acentuada no processo de recuperação do turismo em relação a outras atividades econômicas”, complementa a CNC.
O setor de turismo, contudo, não está sozinho no quesito problemas por causa da covid-19. Oeste registrou nesta semana que a indústria apresentou em abril seu resultado mais fraco em uma década.