Juliano Cardoso Sathler, que está em Lima desde o começo de março, não sabe quando e como embarcará
![Juliano Cardoso Sathler](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2020/03/WhatsApp-Image-2020-03-30-at-15.15.04-1024x576.jpeg)
Em 9 de março deste ano, o mineiro Juliano Cardoso Sathler, 41 anos, desembarcou em Lima, no Peru, onde ficaria pouco mais de um mês a trabalho. Logo na primeira semana, o noticiário sobre o coronavírus se intensificou e, em 17 de março, o governo peruano decidiu fechar as fronteiras. Desde então, Sathler tenta em vão voltar para casa.
Mais de 8.600 brasileiros foram repatriados do começo da pandemia até hoje – 1.055 vindos de Lima ou Cusco. Outros 7.380 continuam espalhados por 80 países esperando a ajuda do Itamaraty para retornar ao Brasil. Sathler está entre eles. A passagem de volta pela Latam, inicialmente marcada para 10 de abril, fora remarcada para 30 de março. Há três dias, entretanto, ele recebeu um comunicado lacônico da companhia aérea informando o cancelamento do voo.
Embora esteja em contato constante com a embaixada brasileira em Lima, Sathler ainda não conseguiu saber quando e como embarcará. “A Embaixada tem prestado todo o apoio consular cabível”, garantiu o Ministério das Relações Exteriores, em nota. “O Itamaraty continuará trabalhando, sem interrupção, para assegurar a volta ao Brasil de todos os nacionais retidos no exterior em decorrência da pandemia”.
Enquanto espera por tempo indeterminado, Juliano segue hospedado no hotel Radisson, em companhia de apenas um hóspede. “Os funcionários são bastante atenciosos, mas já perguntaram se sabemos quanto tempo mais planejamos ficar”, contou Sathler. Como não é permitido circular pelas ruas de Lima, ele passa o tempo lendo, assistindo a filmes e conversando com a mulher e a filha de 7 anos. As duas estão em Belo Horizonte esperando, não se sabe por quanto tempo, o retorno de Sathler.