Recentemente, notícias sobre as variantes do novo coronavírus assustaram o mundo. Há registros no Reino Unido, na África do Sul e até no Brasil. “É algo comum. Já era esperado”, afirmou Jorge Kalil, imunologista e diretor do Instituto do Coração, em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da rádio Jovem Pan, na segunda-feira 22. “As mutações se dão devido a erros na cópia de um RNA para outro. Isso pode fazer com que o vírus se torne inviável ou que dê a ele alguma vantagem seletiva”, explicou, ao mencionar que as cepas do coronavírus são resultado da luta dentro do sistema imunológico humano, que deu ao patógeno outras habilidades.
Para ele, as três cepas do coronavírus adquiriram uma “vantagem seletiva”. “O vírus ficou mais infeccioso e mais resistente. Ele, então, se multiplica. A variante da África do Sul, por exemplo, apareceu no início de outubro de 2020. Em dezembro daquele ano, e no começo de janeiro de 2021, já era 99% das infecções naquele local”, observou, ao exemplificar que ocorrem milhões de mutações de patógenos no mundo. “[As novas variantes] ocorreram de forma convergente, ou seja, a mesma alteração do patógeno que se deu na África do Sul se repetiu em Manaus. Ela não foi trazida”, acrescentou o médico.
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