A pressão exercida por associados, torcedores e investidores da Portuguesa gerou resultados. Marcos Rógerio Lico, presidente da Assembleia-Geral de Sócios, decidiu retificar a ata da votação da SAF do clube na quarta-feira 5, destravando o processo para a homologação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e afastando o risco de a agremiação perder investidores e enfrentar uma possível falência.
Lico removeu um trecho da ata que representava um entrave para a oficialização da SAF, pois previa uma homologação posterior à votação, algo que, segundo associados, dirigentes e torcedores, ia contra o estatuto do clube.
Inicialmente, o dirigente argumentava que o resultado só poderia ser validado caso as ressalvas do COF fossem aceitas pelos investidores, que, por sua vez, alegavam já ter contemplado essas recomendações no contrato assinado. A forte pressão o fez reconsiderar sua posição.
Com a ata retificada, o departamento jurídico da Portuguesa seguirá agora para registrá-la em cartório. Em seguida, dirigentes do clube e da SAF irão à Federação Paulista de Futebol (FPF) para formalizar a homologação, repetindo o procedimento posteriormente na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Impactos financeiros e ações dos investidores da Portuguesa

O clube enfrentaria sérias restrições financeiras sem essa homologação. O consórcio de investidores, formado por Tauá Partners, Revee e XP Investimentos, adquiriu 80% das ações do clube, com um aporte superior a R$ 1 bilhão.
Os investidores consideravam buscar a Justiça ou até desistir do projeto devido à falta de segurança jurídica.
A retificação da ata não foi apenas uma questão administrativa, mas também uma resposta a pressões significativas. Os associados, preocupados com o futuro do clube, enviaram uma notificação extrajudicial a Lico.
Eles alegaram que suas ações estavam em desacordo com o que foi decidido pelos sócios e que isso configurava “abuso de poder e um atentado contra a democracia interna do clube”.
Temores dos associados
O temor era que, sem a correção, a Portuguesa pudesse enfrentar graves consequências, incluindo a falência. Os membros da assembleia estavam convencidos de que as ações de Lico eram prejudiciais ao clube, afirmando que sua conduta poderia “levar o clube à ruína”.
Os associados expressaram seu descontentamento com “manobras pessoais de pessoas que querem ver a destruição do clube”. A retificação da ata, portanto, previne a perda dos investidores e assegura que o clube não fique à beira da insolvência.
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A Portuguesa, Associação Portuguesa de Desportos, é uma tradição da cidade de São Paulo. Esse clube, que já teve dias gloriosos no futebol paulista, estava desaparecendo. Um clube que revelou Djalma Santos, Dener, além de outros de menor projeção, mas de igual talento, não merecia desaparecer. A Portuguesa sempre foi o “segundo time” do coração para muitos daqueles aficionados do futebol que torciam para outros times. Grande Portuguesa. Que volte forte, estava mesmo a fazer muita falta.