O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), concedeu uma entrevista ao podcast Agora Pode, do portal Lei Agora, no domingo 16. Um dos destaques foi sua afirmação de que, apesar de sua remuneração líquida média de R$ 106 mil mensais em 2024, a vida de um magistrado é “quase como uma vida de monge”.
Perguntado sobre a percepção de que os juízes vivem com luxo, Perri respondeu que a vida do magistrado “é quase como uma vida de monge” e que ele próprio “já passou agruras financeiramente” durante a magistratura.
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Ele compartilhou uma lembrança dos primeiros anos de carreira, há 41 anos, quando, recém-empossado juiz, ganhava menos que um garçom. “Um garçom disse, interferindo na nossa conversa, que ele ganhava mais do que eu como juiz.”
Embora reconheça que os salários atuais são “bons”, Perri argumentou que a realidade é menos confortável do que parece. “Há bem pouco tempo atrás (…) tive que sair do meu plano de saúde da Sulamérica e tive que migrar para a Unimed, porque não estava conseguindo pagar um plano de saúde digno para mim e para minha família”, relatou.
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Ele justificou os valores altos divulgados no Portal da Transparência como resultado de créditos atrasados: “São créditos que nós tivemos que nós não recebemos lá atrás e, quando tem oportunidade, o Tribunal de Justiça faz um pagamento desses créditos, então (…) parece uns valores vultuosos, mas não condiz com o nosso verdadeiro salário”.
O desembargador ainda destacou as restrições da profissão, que exige dedicação exclusiva. “O magistrado (…) não pode exercer uma outra profissão, senão o de professor”, lamentou. “Então é uma vida de sacrifícios.”
"A vida de magistrado é quase que uma vida de monge. Há pouco tempo eu tive que trocar meu plano de saúde pq não estava conseguindo pagar" (PERRI, Orlando; 2025)
— Ricardo Berezin (@RicardoBerezin) February 21, 2025
Rendimento mensal por ano do desembargador/monge do TJMT:
2024: R$ 163 mil
2023: R$ 120 mil
2022: R$ 107 mil pic.twitter.com/tdoxw5DnRj
Penduricalhos superam salário do desembargador
De acordo com o Portal da Transparência do TJMT, o salário mensal de Perri é fixado em R$ 39.717,69 na folha de pagamento corrente, além de R$ 5.560,48 em vantagens pessoais. Seu salário líquido flutuou em uma média de R$ 28,5 mil, descontados os valores de Previdência Social e imposto de renda.
No entanto, é na folha de pagamento complementar que o valor extrapola, pois não há qualquer desconto registrado. Nela, figuram indenizações, vantagens eventuais, subsídios (como função de confiança ou cargo em comissão) e gratificações. A média da remuneração líquida nesta folha é de R$ 78 mil.
Ao todo, a média de remuneração líquida de Perri é de R$ 106,6 mil por mês. A fins de comparação, o ministro do Supremo Tribunal Federal com maior salário, o decano Gilmar Mendes, recebeu R$ 31,8 mil por mês em 2024, em média. A remuneração líquida anual de Perri foi de R$ 1,2 milhão, enquanto Mendes recebeu “apenas” R$ 382 mil.
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Se consideram de uma casta superior aos demais, precisa mesmo é de lixa e óleo de peroba na cara de pau. Parecem que vivem em outro planeta. Aqui em Mato Grosso assim como no resto do país o grande responsável pela lambança atual é o poder judiciário que não cumpre com suas funções básicas, bandidos soltos, facções a um passo de dominar o país e um cara que ganha fortunas reclamando de salário.