A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) apresentou uma investigação sobre as consequências da morte do traficante Marcelo Gomes de Oliveira, na Bolívia. Os investigadores da agência afirmam que a disputa por território entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) aumentou depois da morte do traficante.
Atuação independente
Marcelo Gomes de Oliveira era apontado como o maior traficante de Goiás. Apelidado de “Zoio Verde”, ele atuava de forma independente, o traficante não tinha vinculação com quaisquer das facções criminosas.
Ainda de acordo com a Abin, a execução de “Zoio Verde” deu margem às facções Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, e Primeiro Comando Capital, de São Paulo, disputarem por territórios para o narcotráfico na Região Centro-Oeste do Brasil. A Abin falou sobre a importância estratégica do Estado de Goiás para o tráfico de drogas.
“O Estado de Goiás tem grande relevância logística para o tráfico de drogas em função de sua conexão viária com Estados das regiões Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste”.
O traficante brasileiro havia sido executado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em 2017, depois de uma perseguição de carro.
53 facções criminosas atuam no Brasil
Em todo o território nacional, 53 facções criminosas têm atuação direta no tráfico de drogas e em outras atividades ilícitas. Cada um dos Estados da Federação, mais o Distrito Federal (DF), têm pelo menos um grupo criminoso em atividade.
Primeiro Comando Capital e Comando Vermelho
Grupos criminosos como Comando Vermelho e Primeiro Comando Capital são rivais na disputa por territórios que têm mercado para o tráfico. Eles também atuam em todo o território nacional.
A facção que se originou no Estado de São Paulo também atua no Distrito Federal e em outras 24 unidades da Federação. Já o Comando Vermelho, grupo criminoso criado no Rio de Janeiro, tem atuação direta em 13 Estados — e também no DF.
A inteligência da Polícia Federal (PF) demonstrou preocupação com a flagrante expansão do Comando Vermelho. Isso porque, de acordo com a PF, o modus operandi do grupo criminoso seria ainda mais “sanguinário” do que o das demais facções criminosas presentes no Brasil.