Segundo turno nas capitais: quem é quem no tabuleiro eleitoral que saiu das urnas
São Paulo
Eleito: Bruno Covas (PSDB)
A sanidade venceu na capital paulista, mas Guilherme Boulos (Psol) sai das urnas com um capital eleitoral para liderar um projeto político em 2022. Para além do fiasco do PT e da falta de bons oponentes, Covas ganhou no susto e o resultado carrega rejeição ao padrinho, o governador João Dória, e suas medidas extremas na pandemia do coronavírus.
Rio de Janeiro
Eleito: Eduardo Paes (DEM)
Venceu o menos pior. O prefeito Marcelo Crivella (PRB) fez uma gestão descompromissada, com alta rejeição. A vitória é do DEM, que faturou quatro capitais (Rio, Curitiba, Florianópolis e Salvador). Paes é um nome ao governo do Rio de Janeiro em 2022 ante a carência de quadros num Estado devastado por sucessivos escândalos e governantes enjaulados.
Vitória
Eleito: Delegado Pazolini (Republicanos)
A capital capixaba rejeitou a volta de João Coser (PT), que administrou a cidade duas vezes. O PT naufraga no Estado há duas eleições. O eleito é um nome a ser observado pela nova direita.
Recife
Eleito: João Campos (PSB)
Na briga cabeça a cabeça até o final com a prima Marília Arraes (PT), prevaleceu o clã Campos. Não haverá Natal em família e o resultado demonstra também certa fadiga do projeto arquitetado pelo ex-governador Eduardo Campos, morto em tragédia aérea na campanha de 2014. A capital pernambucana segue como reduto da esquerda no país.
Belém
Eleito: Edmilson Rodrigues (PSOL)
É a principal vitória do Psol nas urnas, embora o eleito não seja um nome que levante as bandeiras extremistas da sigla, mas, sim, que venceu pelo recall das administrações que exerceu, inclusive, filiado a outras legendas de esquerda.
Goiânia
Maguito Vilela (MDB)
O prefeito eleito já foi senador, governador, vice-presidente do Banco do Brasil nos anos do PT na esfera federal. Está internado há dias em estado de atenção com covid-19.
Maceió
João Henrique Caldas (PSB)
Derrota dos Calheiros. O adversário, Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB), era nome do senador Renan e do governador, Renan Filho.
Aracaju
Eleito: Edvaldo Nogueira (PDT)
Derrotou a adversária Delegada Danielle (Cidadania), numa eleição local, sem coloração partidária, com uma verdadeira “sopa de letras partidária” (PDT, PSD, PSC, MDB, PCdoB, PV e PP).
Fortaleza
Eleito: José Sarto (PDT)
Eleição resolvida com gol nos acréscimos. Um susto para a família Gomes. Ciro, Cid e os seus de Sobral não dormiram tranquilos hoje.
João Pessoa
Cícero Lucena (PP)
Político experimentado, é uma vitória da velha política em eleitorado miúdo do Nordeste.
São Luís
Eduardo Braide (Podemos)
A derrota na capital do Maranhão é do governador, Flávio Dino (PCdoB), que poderia ser comparado àquela banda de um único disco de sucesso na carreira. Foi só isso?
Teresina
Eleito: Dr. Pessoa (MDB)
Médico e vereador, fez uma campanha municipalista bem resolvida. Era parte do projeto do MDB de vencer em uma capital onde poucos partidos estavam atentos.
Porto Alegre
Eleito: Sebastião Melo (MDB)
Não deu para Manuela D’Ávila (PCdoB). O eleitor gaúcho vive de emoções (jamais elegeu um único governador, por exemplo). A comunista até tentou ser o que é — uma ex-jovem de classe média-alta que não segue a cartilha do Manifesto do Partido Comunista e permanece há décadas na sala do Diretório Acadêmico teclando no smartphone –, mas o eleitor, desta vez, optou pela seriedade no Brasil pós-pandemia.
Rio Branco
Eleito: Tião Bocalom (PP)
Ganhasse quem ganhasse, é o fim da dinastia petista dos Viana (Tião, Jorge e todos do que Marina Silva deixou).
Manaus
Eleito: David Almeida (Avante)
O manauara cansou dos velhos nomes, pudera, sobretudo do oponente direto, Amazonino Mendes (Podemos).
Porto Velho
Eleito: Hildon Chaves (PSDB)
O PSDB ganha, mas o terreno é pouco decisivo no tabuleiro eleitoral.
Boa Vista
Arthur Henrique (MDB)
O percentual chama a atenção: 85,41% dos votos. É uma vitória que ensaia a volta dos Jucá em 2022.
Cuiabá
Emanuel Pinheiro (MDB)
Reeleição. Continuidade.