O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, nesta quarta-feira, 20, José Arruda, irmão do petista Marcelo Arruda, que foi assassinado durante uma troca de tiros em sua festa de aniversário com o tema do PT. José chegou ao Palácio do Planalto acompanhado do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) e de Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD-PR), governador do Paraná (PR).
“A vinda de José é porque ele entendeu que seria simbólico para toda a família que o presidente manifestasse o seu total repúdio à morte de seu irmão, que prestasse sua solidariedade”, disse Otoni de Paula, em entrevista ao portal R7.
Em 12 julho, o presidente conversou pela primeira vez com a família do petista, morto pelo policial penal Jorge Guaranho, no sábado 9, no Paraná. A primeira conversa entre o chefe do Executivo e José foi realizada por videochamada, intermediada por Otoni de Paula.
Em entrevista publicada no jornal O Globo, na segunda-feira 18, José defendeu Bolsonaro e afirmou que o presidente não aceita violência, igual ao que aconteceu com seu irmão. “Bolsonaro não aceita esse tipo de coisa, essa violência”, disse. “As pessoas estão usando o nome dele, e ele não aceita esse tipo de atitude.”
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O encontro presencial ocorre no mesmo dia em que o Ministério Público (MP-PR) denunciou e a Justiça acatou a acusação contra o policial penal por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum. Além disso, o MP informou que Guaranho agiu por “motivo fútil e preferências político-partidárias antagônicas” e que colocou a vida de mais pessoas em risco ao atirar no salão de festa. A denúncia também foi aceita hoje pelo juiz Gustavo Germano Francisco Arguello. Caso seja condenado, o policial pode pegar até 30 anos de prisão.
Na terça-feira 19, o homem recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, no Paraná. O policial está preso sob custódia e permanece internado em um leito de enfermaria. Guaranho está consciente e não faz uso de medicamentos vasoativos e sedativos. Além disso, já consegue respirar sem a ajuda de aparelhos.
Entenda o caso
No último sábado 9, Guaranho invadiu a festa e disparou contra o petista, que comemorava seu aniversário. Marcelo sofreu dois disparos. Mesmo ferido, segundo relatos, ele conseguiu revidar e atingiu o agressor com um tiro na cabeça. O petista chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o início da discussão que levou à morte de Marcelo. Em um primeiro momento, Guaranho chega ao local da festa e grita em direção ao petista. Na sequência, Marcelo resolve atirar objetos contra o carro do agente penitenciário. Guaranho vai embora, mas volta tempos depois. Ele desce do carro, saca uma arma e dispara duas vezes contra o petista. Mesmo caído, Marcelo consegue reagir e ferir Guaranho. Por fim, um colega do petista chuta pelo menos quatro vezes a cabeça do agente penitenciário.
A paz é sempre o melhor caminho.
O Bolsonaro mostra inteligência em muitos casos, visão política e tudo o mais de positivo, mas em alguns casos é levado a fazer bobagens como essa, talvez por mau aconselhamento. Ele, que não tenha nada a ver com esse crime, deveria ter se mantido afastado disso. No máximo, lamentado o ocorrido, e só.
Exatamente.
Como está fragilizada a posição deste candidato, vai receber parentes do petista assassinado para provar o que com isso? Que ele não tem nada a ver com o episódio? Remorso por ter feito o gesto da arminha que culminou neste crime? Se assim for, todos nós estamos sujeitos a sair por aí com arma em punho a caçar petistas nas ruas? Francamente, não entendi essa iniciativa, isso só vai render mais conversa fiada. Mas, enfim, ele acha que é melhor fazer isso, então que faça. Movimento inútil ou medo de ser responsabilizado por uma briga de rua em qualquer parte do território nacional, eu acho.