Nesta quinta-feira, 27, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participam juntos do lançamento do edital de licitação para a concessão da obra e futura operação do túnel Santos−Guarujá, o primeiro submerso do Brasil.
O leilão está programado para 1º de agosto, e a entrega da estrutura, idealizada há aproximadamente cem anos, está prevista para 2031.
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Com um orçamento estimado em R$ 6 bilhões, a obra vai utilizar um método inovador em que as peças de concreto serão construídas para flutuar pelo estuário de Santos, submergir no local exato do túnel e, posteriormente, ser aterradas.
Os recursos para a construção virão do Estado, do setor privado e da União, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A ligação entre as duas cidades da Baixada Santista é uma demanda frequente de moradores, turistas e transportadoras. A gestão de Tarcísio de Freitas optou pelo túnel, descartando a alternativa de construção de uma ponte.
Embora tenha como foco o transporte de passageiros, o túnel também permitirá a passagem de caminhões de carga, atendendo às necessidades do Porto de Santos.
Etapas da construção do túnel
O primeiro ano de concessão (2026) será dedicado à obtenção de licenças ambientais e ao cumprimento de exigências técnicas. Nos quatro anos seguintes, será realizada a construção do túnel, com a operação prevista para começar em 2031.
A estrutura terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos a 21 metros de profundidade. Internamente, será dividida em três segmentos:
- Dois para veículos (carros, vans, motos, ônibus e caminhões) – um em cada sentido;
- Um exclusivo para veículo leve sobre trilhos (VLT), pedestres e ciclistas.
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A expectativa é que a travessia pelo túnel dure apenas dois minutos, desconsiderando eventuais congestionamentos. Atualmente, mais de 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres fazem o trajeto entre Santos e Guarujá diariamente, utilizando balsas e catraias. Dependendo do volume de tráfego, a travessia pode levar entre 18 e 60 minutos.
O pedágio para carros de categoria B (automóveis e caminhonetes) será de R$ 6,15, com dois pontos de cobrança, um em cada extremidade do túnel. Para comparação, a travessia de balsa atualmente custa R$ 12,30 para essa categoria. A balsa continuará disponível como alternativa de transporte.
Diferentemente do método tradicional de escavação, o sistema escolhido para a construção do projeto consiste em escavar uma vala no fundo do estuário, onde as peças do túnel serão posicionadas. Essas estruturas de concreto são construídas com câmaras internas cheias de ar, tornando-as mais leves que a água. Dessa forma, elas flutuam até o local exato onde serão instaladas.
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Ao chegarem ao ponto correto, os engenheiros injetam água nas câmaras internas, o que aumenta o peso da estrutura, até que afunde e se acomode no fundo do estuário. Em seguida, os segmentos são conectados e aterrados, permitindo que a navegação de navios no porto continue normalmente.