Epidemia de dengue no Brasil é destaque em jornal francês

A explosão dos casos de dengue no Brasil foi destaque no jornal francês Le Monde. Publicada na segunda-feira 12, reportagem do correspondente Bruno Meyerfeld fala sobre a epidemia da doença no país e das dificuldades que os hospitais enfrentam para atender à demanda. A publicação também critica o governo Lula pela alta de casos.

O Ministério da Saúde já registrou meio milhão de casos desde o início de 2024. Esse número é quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023. Até o momento, 75 mortes por dengue foram confirmadas, enquanto cerca de 340 estão sendo investigadas.

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Os dados podem ser consultados no Painel de Monitoramento das Arboviroses, que também disponibiliza estatísticas sobre casos de zika e chikungunya.

Para Le Monde, número de casos de dengue não tem precedentes

A previsão é que o Brasil passe por uma onda de mais 4 milhões a 5 milhões de casos em 2024. O jornal classificou a estatística como um número sem precedentes, visto que o país já está acostumado a lidar com “doenças tropicais”.

Os hospitais já não conseguem mais lidar com a alta demanda. No dia 5 de fevereiro, o Exército Brasileiro abriu um hospital de campanha em Ceilândia, no Distrito Federal. A unidade atendeu 3,5 mil pacientes em menos de uma semana.

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Em entrevista ao jornal francês, o virologista Edilson Luiz Durigon contou que o calor e a umidade são um “coquetel ideal” para a proliferação do mosquito. Ele, no entanto, também relatou um descuido por parte das autoridades responsáveis, incluindo o próprio Ministério da Saúde. Para o virologista, esses deveriam se empenhar mais em campanhas de prevenção e combate diante da atual situação.

A campanha de vacinação contra a dengue, por exemplo, dispõe apenas de 750 mil doses para crianças de 10 a 14 anos de idade. O grupo é considerado como mais “vulnerável” pela pasta coordenada por Nísia Trindade.

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Segundo o Le Monde, o resto da população não terá escolha a não ser as clínicas privadas, onde as duas doses da vacina podem custar até R$ 1 mil, o equivalente a 75% do salário mínimo do Brasil.

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