O cubano Alejandro Triana Prevez, suspeito de matar o galerista norte-americano Brent Sikkema, no Rio de Janeiro, disse à Polícia Civil que o ex-companheiro da vítima, Daniel Sikkema, encomendou o assassinato.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o promotor Alexandre Murilo Graça pediu a prisão preventiva de Daniel e a conversão da prisão temporária de Prevez em preventiva, nesta quinta-feira, 8.
Anteriormente, o criminoso havia negado ter cometido o crime. Mas, durante um depoimento na semana passada, acabou confessando ter assassinado o norte-americano.
Segundo o depoimento do cubano, ele deveria receber US$ 200 mil (R$ 1 milhão) para matar o galerista. O ex-companheiro da vítima chegou a fazer transferências financeiras internacionais para o Prevez.
Leia também: “Chefe de milícia é morto no Rio de Janeiro”
O acusado ainda contou que Daniel teria enviado uma cópia da chave do sobrado em que Brent morava, na zona sul do Rio de Janeiro. Prevez recebeu a encomenda por meio de uma empresa de logística. Com a chave, ele conseguiu entrar na residência e cometer o homicídio.
O depoimento aconteceu no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. O cubano estava acompanhado por advogados e permanece detido.
Brent e Daniel discutiam divisão dos bens
Daniel teria falado para Prevez os motivos pelos quais queria o ex-companheiro morto. Ele teria dito que Brent pagava pouca pensão e gastava o dinheiro com drogas, festas e garotos de programa. O mandante também teria medo de que o ex-companheiro entrasse em um novo relacionamento e pudesse prejudicar a divisão dos bens.
Depois que se divorciaram, Daniel e Brent tiveram algumas discussões, e o galerista teria dito a amigos que havia se apaixonado por outra pessoa.
Brent Sikkema era sócio de uma galeria em Nova York, Sikkema Jenkins & Co. Ele era considerado um dos nomes mais celebrados da cena artística mundial e dono de uma fortuna.
Como aconteceu o crime no Rio de Janeiro
EM INVESTIGAÇÃO | Novas imagens mostram um homem entrando na casa do americano Brent Sikkema, que foi encontrado morto. Brent era dono de uma galeria de arte em Nova York: https://t.co/YdscuBUO1j #Hora1 pic.twitter.com/XsICE5jLZi
— Hora 1 (@hora1) January 17, 2024
De acordo com a Polícia Civil, Alejandro Prevez, de 30 anos, pegou um carro em São Paulo no dia anterior e foi até o Rio de Janeiro para cometer o crime. A investigação conseguiu imagens do pedágio da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), que auxiliou a encontrar o criminoso.
Prevez foi até a capital fluminense em um Fiat Palio. Ele passou pelo pedágio em Paracambi por volta das 13h20 de sábado 13 de janeiro. O cubano chegou ao local do crime no mesmo dia, por volta das 16h53, onde estacionou o veículo e permaneceu no carro.
Leia mais: “PM é assassinado a tiros, em Santos”
Às 22h42, o criminoso desceu do carro e foi até um restaurante. Ele retornou em alguns minutos. O assassino confesso só saiu do veículo novamente por volta das 3h40 da madrugada de domingo. Ele entrou na casa do norte-americano, onde ficou por cerca de dez minutos. De lá voltou para o carro e dirigiu até São Paulo.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro conseguiu rastrear a placa do carro e solicitou cooperação da polícia de São Paulo. Os agentes foram até o endereço da proprietária, no bairro Chácara Monte Alegre, na capital paulista. O filho da dona do veículo disse que a mãe havia emprestado o carro a Prevez.
O criminoso foi encontrado em Minas Gerais e, de acordo com a polícia, pretendia fugir para a Bolívia.