A conclusão das obras dos mosaicos de 15 mil metros quadrados do lado externo da Basílica de Aparecida, localizada na região do Vale do Paraíba, SP, foi prejudicada por um caso de pedofilia na Europa. Isso porque, nesta semana, um padre jesuíta esloveno foi expulso sob a acusação de abusos sexuais praticados em, ao menos, dois países europeus. O padre acusado de abuso sexual não quis se defender.
Entenda o caso
Marko Ivan Rupnik, sacerdote de 68 anos, era o responsável pelas obras de revestimento do maior templo católico do Brasil, o Santuário Nacional de Aparecida. No entanto, o padre jesuíta foi proibido de realizar obras públicas em nome da Companhia de Jesus desde fevereiro deste ano — enquanto as investigações estão em andamento. As obras em Aparecida haviam começado em 2019.
Depois da saída do padre, o trabalho artístico de colocação de quatro mosaicos na Basílica de Aparecida — que retratavam uma jornada bíblica — foram suspensos. Apenas um dos quatro mosaicos está pronto, concluído em março de 2022; a obra de arte tem 4 mil metros quadrados e aproximadamente 50 metros de altura, e está localizada à entrada norte do templo.
De acordo com o Santuário Nacional, as obras de revestimento do templo estavam a cargo do Centro Aletti, um ateliê fundado pelo próprio Rupnik. Em nota, o Santuário declarou: “O Santuário Nacional acompanha com atenção o caso e aguarda orientações da Igreja para suas definições”.
Abusos sexuais
O jesuíta teve a sua expulsão oficializada na segunda-feira 24. A investigação está apurando denúncias de abusos sexuais praticados entre 1980 e 2018. Contra o padre Rupnik, foram feitas acusações por um homem e ao menos 20 mulheres — nove das quais eram freiras. Os atos de violência teriam sido praticados na Itália e na Eslovênia; no Brasil, porém, não há ainda uma investigação policial contra o jesuíta.
Declaração da Companhia de Jesus
Em nota oficial, a Companhia de Jesus fez a seguinte declaração: “O processo de expulsão foi realizado de acordo com a lei canônica. Decorrido o prazo da possibilidade de recorrer, afirmamos que Marko Rupnik não é mais um religioso jesuíta“.
Mais informações sobre o caso
Marko Ivan Rupnik, ex-padre, teve um prazo de 30 dias para se defender das acusações de abuso sexual. No entanto, depois de se recusar a mudar de comunidade e não contestar a decisão, ele foi demitido pela Companhia.
Em nota oficial, o Centro Aletti, ateliê responsável pela obra, disse que as acusações contra o ex-padre são “difamatórias e não comprovadas”.