A Polícia Federal prendeu em Campo Grande um hacker que era procurado pela Polícia Internacional (Interpol), no domingo 17. Selmo Machado da Silva era procurado desde 2021 por invadir o sistema do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), sediado em São Paulo, para mudar sentenças de, pelo menos, oito processos.
O hacker alterou o parecer do Ministério Público Federal (MPF) para tentar influenciar a decisão do juiz e ser absolvido.
Machado se tornou alvo da polícia depois que dois juízes federais de São Paulo notaram alterações das sentenças dadas por eles e a falsificação das suas assinaturas.
Onde o MPF sugere a condenação, o hacker escreveu: “Merecendo ser acolhida a tese defensiva”.
“Ele usou um login e um certificado digital como se fosse um servidor. Esse servidor era administrador do sistema, que conseguia fazer alterações e, a partir daí, foi obtendo credenciais e senhas de servidores e juízes do TRF”, disse o delegado da Polícia Federal Alberto Ferreira Neto em entrevista à Rede Globo.
Hacker transfere dinheiro
Logo no começo da investigação, a polícia descobriu um e-mail usado pelo hacker para invadir o sistema. Esse endereço eletrônico pertencia a Machado.
De acordo com as investigações, o hacker também tentou transferir dinheiro de contas da Justiça para contas controladas por ele através de laranjas.
Por estes crimes, ele já foi condenado a nove anos de prisão. Em maio de 2021, o hacker foi alvo da Operação Escalada Cibernética.
Desde então, ele era procurado. Sem pistas do criminoso, a Polícia Federal incluiu o nome dele na lista de difusão vermelha da Interpol.
A defesa do hacker afirmou que o processo caminha de forma totalmente ilegal pelo crime ter sido supostamente cometido em desfavor daqueles que estão julgando o caso.
Em nota, o TRF-3 disse que adotou uma série de medidas impedindo ações criminosas como essa.