O Estádio do Canindé, da Portuguesa, situado na zona norte de São Paulo, está em transformação, depois do seu fechamento em janeiro. O projeto prevê a conversão do local em uma moderna arena, com capacidade para 35 mil torcedores e até 50 mil em eventos musicais.
Com um investimento estimado em R$ 500 milhões, a conclusão do projeto não é esperada antes de 2028, por causa do estágio inicial de planejamento e da necessidade de obtenção de alvarás. A Portuguesa SAF optou por fechar o estádio por razões de segurança, como a estrutura da fachada comprometida, e custos de manutenção avaliados em R$ 4 milhões por seis meses.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
O projeto de revitalização resulta de uma parceria entre a Portuguesa de Desportos (Lusa), o fundo de investimento Tauá Partners, a empresa de gestão imobiliária Revee e a Portuguesa SAF.
Na estrutura societária, o fundo Tauá possui 80% das ações, enquanto a Portuguesa detém 20%. A Revee obteve um contrato de concessão de 50 anos sobre o terreno do Canindé, que abrange 99 mil m².
O terreno inclui 54 mil m² cedidos pela prefeitura à Lusa até 2095, com a condição de uso exclusivo para atividades esportivas e sociais. A empresa busca garantir que o repasse dessa concessão ocorra legalmente, enquanto aguarda esclarecimentos adicionais da prefeitura.
Estádio do Canindé terá estacionamento
O projeto contempla não apenas a reforma do estádio, mas também melhorias no ginásio e a construção de uma torre com estacionamento e serviços na área do antigo parque aquático, demolido em 2018. Recentemente, pedidos de tombamento do Canindé aos órgãos de preservação foram rejeitados por falta de valor histórico.
Luis Duvantel, CEO da Revee, afirmou que a arena abrigará partidas de futebol e eventos de grande porte. “Na arena teremos futebol e outros eventos, como shows”, disse. O complexo incluirá um segundo bloco com 20 mil metros quadrados e vai oferecer estacionamento, restaurantes, lojas, coworking e espaço para eventos.
O acordo entre as partes lembra o contrato entre Palmeiras e WTorre de 2008, quando Duvantel era responsável pela empresa que geriu o Allianz Parque por quatro anos. A comparação com a WTorre inclui a comercialização de camarotes e assentos premium, incorporando serviços como estacionamento e alimentação.
Portuguesa almeja popularidade
A Revee pretende tornar o clube o “segundo time de coração” dos paulistanos. A torcida da Portuguesa não tem grande expressão nas pesquisas nacionais nem municipais, mas a nova arena busca cativar um público maior.
Um dos desafios para a Revee é a mobilidade urbana, ao considerar o impacto que eventos para até 50 mil pessoas podem ter no trânsito da Marginal Tietê. A empresa planeja criar um sistema viário interno para reduzir o impacto no tráfego, com uma zona de desaceleração dentro do terreno.
Estudos de impacto ainda são necessários para medir a eficácia dessas medidas. As definições finais do projeto dependem da reestruturação das dívidas da Portuguesa, avaliações de engenharia e exigências para as licenças necessárias.