O inquérito da morte de quatro jovens asfixiados por monóxido de carbono dentro de um BMW foi concluído nesta quarta-feira, 31, pela Polícia Civil de Santa Catarina. A tragédia aconteceu na cidade de Balneário Camboriú, em 1º de janeiro. Segundo as autoridades, a causa foi a ruptura de uma peça instalada em uma oficina mecânica de Aparecida de Goiânia (GO).
O dono do estabelecimento e o mecânico responsável pela instalação da peça responderão por quatro homicídios culposos por “imperícia na realização do serviço”, conforme o parágrafo 3º do artigo 121 do Código Penal.
A pena varia de um a três anos de detenção, podendo ser aumentada em até um terço.
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De acordo com a Polícia Civil, as alterações no carro foram realizadas por um “indivíduo de 48 anos [de idade], sem qualquer formação técnica, e sob a supervisão e controle do proprietário do estabelecimento, de 35 anos [de idade]”. Eles ainda não tiveram as identidades divulgadas.
Saiba o que foi feito no BMW na oficina mecânica

As investigações mostraram que o BMW passou por ao menos quatro modificações com o objetivo de conferir ao carro maior potência e ruído. Esses procedimentos levaram ao rompimento de uma peça ligada à tubulação e gás.
No último dia 12, o delegado Vicente Soares, já havia afirmado que um dos equipamentos colocados no motor do carro era “de certa forma caseiro”.
O perito Luís Gabriel explicou que o catalisador foi substituído por uma tubulação downpipe, uma peça que leva gases do coletor de escape até o catalisador.
Ainda segundo Gabriel, a solda irregular do equipamento levou ao rompimento da peça. Com isso, o monóxido de carbono escapou pelo sistema de ar-condicionado, causando a morte dos quatro jovens: Nicolas Kovaleski, de 16 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos, Tiago de Lima Ribeiro, de 21 anos, e Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos
Relembre o caso
As vítimas foram encontradas mortas dentro de uma BMW/320l M Sport, modelo 2022, na cidade turística catarinense de Baneário Camboriu, no norte do Estado, no dia 1º de janeiro.
O delegado plantonista Bruno Effori explicou que as investigações mostraram que os jovens começaram a passar mal, apresentando sintomas de enjoo, vômito e tremores, enquanto estavam a caminho para buscar a namorada de um deles.
Eles optaram por ficar dentro do veículo, com o ar-condicionado ligado, até que os sintomas passassem e pudessem seguir viagem com destino a capital, Florianópolis.
Detalhes de como os jovens foram encontrados
A namorada de uma das vítimas chegou de ônibus para se juntar ao grupo. Sem apresentar os sintomas, ela ficou entrando em saindo do carro enquanto esperava os amigos melhorarem para seguir viagem.
Em uma dessas saídas, a moça ficou cerca de 30 minutos do lado de fora. Quando voltou, constatou a morte dos quatro.
A testemunha relatou ter encontrado as vítimas com os olhos vermelhos e esbugalhados, além de haver vômitos por todo o veículo.
Uma das vítimas estava com o braço arroxeado, enquanto outra tinha sangue que saía pela boca.
De acordo com as investigações, o vazamento do monóxido de carbono teria ocorrido entre o motor e o painel do veículo, causando a intoxicação e asfixia nos quatro jovens.
Família havia se mudado há pouco tempo para SC
Parte da família de uma das vítimas havia se mudado havia cerca de um mês da cidade de Paracatu (MG) para Florianópolis com o objetivo de abrir uma empresa. Eles foram passar o ano novo na cidade costeira de Balneário Camboriú.
Gustavo, Karla e Nicolas eram de Paracatu; Thiago de Patos de Minas, também em Minas Gerais.
Esses playboys que estavam completamente drogados ainda tem familia importante, para ter toda essa investigação e punição. Se fosse um mero trabalhador jamais haveria toda essa investigação.
Ué, e a responsabilidade de quem concordou com o serviço, sabendo dos riscos??