O ex-professor da Universidade de São Paulo (USP) Marcelo Rodrigues de Carvalho foi condenado pela Justiça Federal por improbidade administrativa depois de acusação de liderar esquema que desviou R$ 930 mil de departamento da instituição.
Ele era responsável pela administração de verbas federais do programa de pós-graduação em Zoologia do Instituto de Biociências.
Carvalho foi por cinco anos coordenador do programa e era o responsável por administrar verbas federais destinadas à pesquisa na pós da zoologia.
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Desvios do ex-professor da USP
Segundo as investigações realizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), ele se apropriou dos recursos por meio de notas frias.
O esquema foi descoberto depois que professores estranharam a informação de que não havia recurso disponível para um determinado projeto. Eles passaram a requisitar a prestação de contas do programa.
O caso é alvo de investigação desde 2015 depois da descoberta de compras de materiais e equipamentos em quantidades despropositadas, bem acima das que poderiam ser utilizadas nos laboratórios do departamento.
Além disso, houve a aquisição de itens que não poderiam ser usados em laboratórios do setor. Carvalho comprou, por exemplo, 432 balões de fundos redondos, vidraria de laboratório que normalmente é utilizada em estudos da área de química, não de zoologia. De acordo com o Ministério Público, os materiais nunca foram encontrados.
A Justiça também condenou os empresários Sérgio dos Santos e Marcos Simplício, que teriam fornecido as notas frias mediante o recebimento de parte dos valores desviados.
“As condutas dos réus Marcelo, Sérgio e Marcos evidenciam um comportamento desonesto e corrupto”, afirmou o juiz Hong Kou Hen na sentença.
Devolução
Pela decisão, o ex-professor terá que devolver cerca de R$ 651 mil. Já os empresários Santos e Simplício terão que ressarcir, respectivamente, R$ 165,1 mil e R$ 113,9 mil.
Os valores ainda serão acrescidos de juros e correção monetária. Eles ainda terão de pagar uma multa civil, a ser calculada. Os réus ainda podem recorrer.
O ex-professor disse na defesa apresentada à Justiça que não houve desvio e que não se apropriou de verbas públicas.