A Justiça do Trabalho de Limeira extinguiu a ação trabalhista dos fundadores da Kabum, Thiago e Leandro Ramos, contra o Magazine Luiza. A Corte entendeu que a questão deve ser julgada no Tribunal Arbitral.
Os irmãos Ramos tiveram o contrato de trabalho rescindido em abril deste ano, quando o Magalu alegou justa causa no desligamento.
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No entanto, na ação, os irmãos contestaram e afirmaram que as demissões foram motivadas por “retaliação”. Um processo paralelo corre na Câmara de Comércio Brasil-Canadá desde julho.
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A defesa dos fundadores da Kabum, contudo, deve recorrer, por entender que o caso tem de ser tratado na Justiça do Trabalho, por tratar-se de um contrato que seguia a CLT. Os irmãos se tornaram acionistas da Magalu como parte do pagamento da venda da empresa games.
Magalu alega que os irmãos estariam trabalhando em uma empresa concorrente
Na época da demissão, o Magalu alegou que os irmãos estariam trabalhando em uma empresa concorrente, por isso a justa causa.
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O juiz Pablo Souza Rocha, que deliberou sobre o caso, disse que depois da mudança da Lei Trabalhista os entendimentos que envolvem a questão mudaram.
Em 2021, Magazine Luiza comprou o Kabum por R$ 3,5 bilhões
Em 2021, os irmãos Ramos venderam o Kabum para o Magazine Luiza por R$ 3,5 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão foi pago numa primeira parcela. Trata-se da maior transação da história da loja de móveis.
No entanto, os irmãos alegaram que foram prejudicados no processo de negociação da Magalu. Os R$ 2,5 bilhões que faltavam viriam de ações do gigante varejista.
Magalu perdeu e os irmãos também perderam
Porém, meses depois da venda, as ações da Magazine Luiza derreteram na Bolsa de Valores. Só no primeiro trimestre de 2023, as ações caíram 16%. A empresa teve R$ 391,2 milhões de prejuízo nesse período.
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Os advogados de Leandro e Thiago entraram com a ação na Justiça depois da segunda parcela do pagamento em dinheiro, em fevereiro de 2023. Com os derretimentos das ações, que levaram em conta as ações a receber pelos irmãos, o valor final da venda despencou.
A quantia caiu de R$ 3,5 bilhões para R$ 1,5 bilhão, conforme apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
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