Mais de 100 obras de arte estavam na lista para apreensão, algumas delas registradas 500% acima do valor de mercado
Nesta terça-feira, 12, a Lava Jato fez sua primeira operação em 2021. Batizada de Vernissage, a ação mira imóveis e obras de arte supostamente utilizados para lavagem de dinheiro por Edison Lobão Filho e Márcio Lobão. Os dois são filhos de Edison Lobão (MDB), político que foi ministro de Minas e Energia nos governos de Lula, de 2008 a 2010, e de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2015. A Polícia Federal cumpriu três mandados no Rio de Janeiro, dois em Brasília, dois em São Luís, capital do Maranhão, dois em São Paulo e um em Angra dos Reis (RJ).
Segundo o Ministério Público Federal, mais de 100 obras de arte estavam na lista para apreensão — algumas delas apareceram na declaração de imposto de renda dos investigados com valores 500% acima dos praticados pelo mercado. Outro item que chamou a atenção dos procuradores é um apartamento de luxo localizado em São Luís. Em 2009, o imóvel, avaliado em R$ 1 milhão, foi doado e vendido por R$ 3 milhões no dia seguinte.
A Operação Vernissage, a 79ª fase da Lava Jato, é um desdobramento da 65ª fase da ação que teve início em Curitiba. A investigação apura um esquema de corrupção no contrato entre a Transpetro e a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Os autos apontam o recebimento por Márcio Lobão de propinas no valor de R$ 50 milhões dos grupos Estre e Odebrecht entre 2008 e 2014.
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