O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quinta-feira, 18, na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a demarcação de duas terras indígenas, Aldeia Velha, na Bahia, e Cacique Fontoura, em Mato Grosso.
Entretanto, as lideranças indígenas se disseram frustradas. A expectativa era que o governo petista homologasse ao todo seis áreas, conforme anunciou na semana passada.
O presidente alegou ter esbarrado na “burocracia”, além do pedido de dois governadores por mais tempo.
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Lula diz que terras são ocupadas por “pobres como nós”
Lula também disse que a homologação de mais áreas não aconteceu devido à “dificuldade” de retomada dos territórios.
“Nós temos algumas terras ocupadas por fazendeiros”, falou o petista, “outras, por gente comum, possivelmente tão pobres quanto nós”.
Lula ainda acusou alguns governadores de não terem recebido a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, para tratar o assunto.
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A promessa
A cerimônia de homologação das duas áreas ocorreu durante a reunião do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), grupo foi recriado em 2023.
Segundo o governo federal, o CNPI tem a função de auxiliar na questão de políticas públicas.
A promessa de Lula aos indígenas era demarcar 14 territórios em seu primeiro ano de mandato.
Indígenas barram Lula em evento
A organização do Acampamento Terra Livre (ATL), um dos principais movimentos indígenas de Brasília, decidiu não convidar Lula para participar de seus atos neste ano. O grupo está insatisfeito com a atuação e as quebras de promessas do presidente.
A edição do evento em 2023, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros (Apib), contou com a participação do petista. Na ocasião, os presentes se mostraram “cheios de expectativas para novas demarcações”.