Aos 77 anos, Maria Helena de Souza Pereira expressa preocupação com a liberdade de seu filho, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “Maníaco do Parque”. Ela acredita que ele não está preparado para deixar a prisão. Em entrevista ao jornal O Globo, Maria Helena afirmou que não pretende recebê-lo em casa se ele for solto em 2028.
“Ele vai completar 30 anos na cadeia”, disse. “Faz dez que não o visito. Nem sei se está pronto para sair. Acho que não. O ideal seria que ele fosse morar em Portugal, onde há uma mulher interessada nele.”
Francisco foi condenado a 280 anos de prisão, mas devido à legislação vigente na época de sua condenação, ele poderá ser libertado em quatro anos.
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Naquela época, a pena máxima era de 30 anos, enquanto atualmente o limite é de 40 anos. O caso de Francisco levanta discussões sobre o sistema penal brasileiro e suas implicações no cumprimento de penas longas. Maria Helena revelou que, mesmo preso, Francisco recebe cartas e visitas de mulheres que o admiram.
Algumas dessas admiradoras também a ajudam financeiramente. “Essas mulheres o visitam na cadeia. Elas me ajudam com alimentos e repasses financeiros”, contou. Maria Helena rejeita o apelido do filho, dizendo: “Não aceito! Tenho pavor desse nome.”
Por dificuldades financeiras, Maria Helena parou de visitar Francisco, o que levou à suspensão de sua autorização de visita na Penitenciária Orlando Brando Filinto, em Iaras (SP), onde ele está preso desde 2009. Apesar da distância física, Maria Helena reafirma seu amor pelo filho.
“Se ele ler esta entrevista, quero dizer o seguinte: Querido Tim, eu não te abandonei. A mamãe continua te amando. Um grande beijo no coração.”
Soltura do ‘Maníaco do Parque’ preocupa promotoria; psicopata matou 7 mulheres
Ao site Migalhas, o promotor Edilson Mougenot Bonfim, que atuou no caso de Pereira há mais de 20 anos, expressou preocupação com a reintegração do serial killer à sociedade. O psicopata matou sete mulheres e estuprou nove vítimas de 1997 a 1998.
“Não sou eu com opinião pessoal, é a ciência que diz isso”, afirmou Bomfim. “É unânime na psiquiatria mundial que pessoas que sofrem desse transtorno de personalidade antissocial, no mais alto grau, como o dele, que o torna um serial killer, são incorrigíveis, incapazes de aprender pelo exemplo, incapazes de um juízo autocrítico, sincero e, portanto, incapazes de correção.”
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O promotor ressaltou que, atualmente, o Maníaco do Parque não apresenta perigo por causa da prisão e vigilância constante. “A partir do momento que, eventualmente, viesse a ganhar a liberdade, a personalidade dele seria a mesma, com o mesmo transtorno, e logo ali estaria presente o mesmo perigo e o mesmo risco.”
Este modo de ser não tem causa conhecida e esperar que ele entenda a sua invencível compulsão é condena-lo à comete-la. Ele precisa ficar afastado e não há nada que o faça ser diferente que não seja caminho para o crime. Tanto ele quanto a sociedade precisam entender que a Insanidade Moral, como se dizia em outra época, não tem cura porque não se sabe ainda hoje qual a causa e só o que se pode fazer é protege-lo dele mesmo. Se se pensar que a ciência pode ajudar, laboraremos em equívoco grave. E vamos ajuda-lo a cometer seu crime. Mesmo doentes mentais, como os que sofrem de esquizofrenia e que tenham entre seus sintomas a alucinação auditiva, visual, tátil, gustativa e que se tornam por elas periculosos, não deveriam ter alta, desde que não fosse só vigilância estrita e constante e medicamentosa, mas que pudesse intervir imediatamente em caso de pequenas mudanças não habituais. Quase vale dizer um carcereiro familiar exclusivo. É possível?
Tem razão!
O psicopata não terá segunda chance!