A Polícia Civil de Alagoas investiga o suposto serial killer Albino Santos de Lima, de 42 anos, apontado como o maior assassino em série do Estado. Ele é acusado de cometer dez homicídios em 12 meses, com alvo principal em mulheres e jovens. Depois dos crimes, ele ia até os túmulos de suas vítimas e tirava fotos dele mesmo, as chamadas selfies.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
Outros oito outros assassinatos estão sob análise para verificar a possível autoria de Lima. O suspeito agia na capital Maceió. Os investigadores identificaram Lima, um ex-segurança penitenciário, ao notar que todas as vítimas tinham ferimentos de uma munição específica.
Com gravações de câmeras de segurança, localizaram sua residência e foram até o local. Lá, ele confessou os crimes. Albino Santos de Lima está preso desde setembro, mas o caso só teve revelação no último domingo, 17, no programa Fantástico, da TV Globo.
Investigação revela métodos de vigilância e zombaria
No celular de Lima, apreendido pela polícia, peritos acharam uma lista com futuros alvos. Durante o depoimento, o investigado detalhou seus métodos. Ele usava redes sociais, sobretudo o Instagram, para monitorar os trajetos e os locais frequentados por suas vítimas.
Depois dos homicídios, visitava as lápides das vítimas para registrar fotos e vídeos, numa zombaria dos atos. Segundo a delegada Tacyane Ribeiro, ele tinha uma obsessão por mulheres jovens de pele escura, o que indica uma possível rejeição pessoal enfrentada no passado.
Serial killer: o caso de Ana Beatriz e a organização dos crimes
Um dos casos recentes foi o de Ana Beatriz dos Santos, de 13 anos, assassinada em 8 de agosto. Ela caminhava com a irmã em um bairro de Maceió quando foi abordada. Imagens mostram Lima vestido de preto e com boné, em ronda pelas ruas próximas, naquela noite.
Helyzabethe Bezerra Santos, mãe de Ana Beatriz, compartilhou sua dor ao Fantástico e disse que a filha morreu no dia do seu aniversário.
Leia também: “A ousadia do crime organizado”, reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 243 da Revista Oeste
Os investigadores descobriram que Lima organizava seus crimes meticulosamente. Ele marcava no calendário as datas exatas para cada assassinato. Com ele, a polícia apreendeu uma arma — pistola calibre 380.
Lima, filho de um ex-policial militar, alegou que as vítimas faziam parte de facções criminosas. Em contrapartida, a polícia refutou essa afirmação e afirmou que nenhuma delas tinha envolvimento com o crime.
Defesa alega problemas mentais
O advogado de Lima, Geoberto Bernardo de Luna, afirmou que a defesa se baseará em alegações de problemas mentais, já que ele “não demonstra nenhum tipo de arrependimento pelo cometimento desses homicídios”.
Lima já foi indiciado por homicídio qualificado em três casos, e a polícia planeja reabrir investigações de antigos homicídios desde 2019 para apurar sua possível ligação.