Pelo menos 222 das 497 cidades do Rio Grande do Sul ainda enfrentavam falta de energia elétrica até esta terça-feira, 21. As chuvas e enchentes, que ocorrem desde 29 de abril, são a causa do problema.
O levantamento foi feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a pedido do jornal Folha de S.Paulo. O relatório inclui dados das concessionárias RGE, CEEE Equatorial, Certel e Certaja, que fornecem energia para o Estado.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
De acordo com a RGE, 97 mil clientes (3,1% do total) ainda estão sem energia na área que a concessionária atende. A empresa informou que a maioria dos pontos afetados está em áreas alagadas ou em locais com impedimento de acesso das equipes.
Leia também:
As regiões do Rio Grande do Sul mais afetadas são a metropolitana de Porto Alegre (54,4 mil), Vale dos Sinos (27,9 mil), Vale do Taquari (6,4 mil) e Vale do Rio Pardo (6,8 mil). A RGE afirma que, apesar dos obstáculos, as equipes permanecem mobilizadas para restabelecer o fornecimento de energia no menor prazo possível.
A concessionária alertou para que a população se mantenha distante de fios partidos ou galhos de árvores caídos sobre a rede elétrica. “A orientação nesses casos é acionar imediatamente a RGE e o Corpo de Bombeiros e aguardar o atendimento”, informou a empresa, em nota.
Municípios populosos do Rio Grande do Sul foram afetados
Os dez municípios do Rio Grande do Sul com maior número de clientes sem luz são Canoas, São Leopoldo, Cachoeira do Sul, Novo Hamburgo, Cachoeirinha, Cruzeiro do Sul, Lajeado, Venâncio Aires, Bento Gonçalves e Rio Pardo.
A CEEE Equatorial alega que, na manhã desta terça-feira, 72 mil clientes (3,9% do total) continuavam sem energia na área de concessão. Desses, 67 mil pontos foram desligados por motivos de segurança, atendendo a solicitações da Defesa Civil, dos bombeiros e das prefeituras.
Em Porto Alegre, são 46 mil clientes sem energia, com 44 mil tendo o fornecimento interrompido por motivo de segurança, de acordo com a concessionária.
A CEEE Equatorial informa que participa dos comitês de crise do Estado e do município de Porto Alegre. O objetivo é alinhar ações conjuntas para minimizar riscos e “religar a energia elétrica dos gaúchos com agilidade e segurança, o mais rápido possível”.
Leia mais:
A Certaja, que distribui energia para 30 mil clientes em 20 municípios do Rio Grande do Sul, informa ter oito municípios afetados pela falta de energia. Em nota publicada no início do mês nas redes sociais, a empresa comunicou que locais com alagamentos tiveram o fornecimento de energia desligado por questões de segurança.
“Eles serão religados novamente somente depois da inspeção de nossa equipe técnica”, informou a Certaja. “Esse procedimento é essencial para evitar acidentes e preservar vidas.”
Já a Certel, em nota publicada nas redes sociais, informa que funcionários trabalham para restabelecer energia no Rio Grande do Sul. “São menos de 80 associados sem energia”, informou a concessionária. Entre as cidades que ainda sofrem com falta de luz estão Arroio do Meio, Boqueirão do Leão e Travesseiro.
Quanto aos sinais de telefonia e internet, o serviço da Vivo ainda enfrenta problemas de conexão em três cidades: Muçum, Travesseiro e Arroio do Meio. A empresa, contudo, afirma que “todos os clientes dessas regiões têm cobertura dos serviços garantida, por meio do serviço de roaming, habilitado com outras operadoras, de forma gratuita”. As outras companhias, Tim e Claro, afirmam ter restabelecido os serviços de telefonia e internet.
As enchentes no Rio Grande do Sul já deixaram 161 mortes e 82 pessoas desaparecidas.