José Carlos de Santana Junior, também conhecido como “Maníaco do Parque das Nações Indígenas”, foi preso pela Polícia Civil em Terenos, a 28 km de Campo Grande (MS). Ele é acusado de estupro de, pelo menos, cinco mulheres.
É o que informa a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), da capital sul-mato-grossense. Entre as vítimas estão duas adolescentes de 14 e 17 anos.
Santana ficou em silêncio durante o depoimento à polícia nesta terça-feira 3. Mas ao ver os vídeos dos abusos, ele confirmou que era ele nas imagens.
O maníaco cometeu os crimes dois anos depois de conseguir liberdade em progressão de pena, de acordo com a polícia.
Santana foi identificado depois de cometer um estupro no dia 22 de setembro, em uma avenida movimentada de Campo Grande. Na mesma região, aconteceram mais dois crimes – um estupro consumado e outro que tentou, mas a vítima conseguiu fugir.
De acordo com a polícia, o maníaco não fazia questão de escondere o rosto na hora dos ataques. Ele usava a mesma blusa com a logomarca de um lava-jato. Até agora, os crimes que foram identificados pelas vítimas aconteceram nos meses de julho, agosto e setembro.
A delegada da Mulher, Analu Ferraz, afirmou que o criminoso não monitorava as mulheres. “Era aleatório, e ele sempre agia nos primeiros horários do dia, momentos em que muitos estão saindo ou voltando do trabalho.”
Liberdade em 2021
Santana ficou preso durante 14 anos depois de ser condenado pelo estupro de dez mulheres no Parque das Nações Indígenas, no bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande.
Na época, ele foi detido em uma operação conjunta da Interpol e da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
A Interpol entrou no caso porque Santana era procurado pela polícia espanhola acusado de estuprar duas meninas. Depois que foi identificado, fugiu para o Brasil e foi morar na capital sul-mato-grossense, onde praticou mais dez estupros.
O maníaco permaneceu dez anos em regime fechado, depois um período no semi e agora estava no aberto. Santana estava casado desde 2021 e tem uma filha.
Segundo a polícia, Santana trabalhava com um automóvel de aplicativo e em uma lava-jato onde estava o carro usado para praticar os crimes.
Maníaco do Parque paulista
O caso de Santana lembra os crimes cometidos por Francisco de Assis Pereira, conhecido como “Maníaco do Parque”.
Nos anos 1990, ele aterrorizou São Paulo com uma série de assassinatos brutais no Parque do Estado, na zona sul da capital paulista. Ele atraía suas vítimas, em sua maioria mulheres jovens, com ofertas falsas de emprego como modelo. No parque, Pereira as violentava e, em seguida, as matava.
Ele foi condenado pela morte de sete mulheres e pelo estupro de outras nove. Ele está preso desde 1998. Pereira está detido na Casa de Custódia de Taubaté.
O criminoso cumpre pena, que totaliza mais de 250 anos. Porém, devido às leis brasileiras, que limitam o tempo máximo de encarceramento a 30 anos, ele pode ser elegível para liberdade condicional em algum momento.
Progressão de pena para estup#o. Inacreditável esse país .