A Marinha do Brasil recebeu para operação o primeiro submarino da nova série de embarcações, fruto do acordo militar que o país assinou com a França.
A solenidade foi na quinta-feira 1º, Base de Submarinos da Ilha da Madeira, no Complexo Naval de Itaguaí (RJ). O “S-40 Riachuelo”, como foi batizado, é o primeiro dos quatro submarinos convencionais previstos do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) a operar com propulsão diesel-elétrica.
A entrega do equipamento à operação acontece cerca de cinco anos após o prazo previsto em cronograma. O Prosub prevê ainda a construção de um submarino com propulsão nuclear.
No evento de incorporação do Riachuelo à Marinha, também foi apresentado o segundo navio submerso da série, batizado de Humaitá, que está em fase final de testes antes de também ser incorporado à esquadra.
O Riachuelo foi lançado ao mar no fim de 2018 e passou por uma longa campanha de testes. Com sua incorporação à frota, o Brasil caminha para ter a mais poderosa força submarina da América do Sul. Com a chegada do novo navio, tem agora seis submarinos — mesmo número do Peru, que opera modelos mais antigos.
O submarino Riachuelo
Com 70,6 metros e deslocando 1,9 mil toneladas, as embarcações da classe Riachuelo são maiores e mais pesadas que o original francês.
De acordo com o comandante de Operações Navais, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, a Força de Submarinos conta, a partir de agora, com uma classe de submarinos mais silenciosos e letais, preparada para atuar em prol da garantia da soberania do Estado brasileiro.
“Características como alta taxa de discrição, aumento da capacidade de detecção e do tempo de permanência em zona de patrulha, além da precisão e da densidade na aquisição de dados em operações de esclarecimento e ataque, fazem da chegada do submarino Riachuelo um dos momentos mais esperados dos últimos anos”, disse Olsen.
O Riachuelo conta com sensores avançados — como o conjunto de sonares e os periscópios com câmeras para visão noturna —, além de um sistema de gerenciamento de combate dotado de modernos e complexos algoritmos, que permitem ao submarino detectar e classificar alvos a longas distâncias. Seu sistema de combate é dotado de seis tubos lançadores de armas, com capacidade para lançamento de torpedos eletroacústicos pesados, mísseis táticos do tipo submarino-superfície e minas de fundo.
O programa brasileiro
O Prosub foi criado em 2008 e é fruto da parceria estabelecida entre o Brasil e a França. O objetivo é ampliar a capacidade de proteção da chamada Amazônia Azul, área marítima com dimensões de 5,7 milhões de quilômetros quadrados.
Segundo o comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, a parceria com os franceses foi construída em “um processo tal que a gente inicia com os submarinos convencionais e culmina com o submarino de propulsão nuclear”, utilizando transferência da tecnologia do país europeu.
Além dos cinco submarinos (incluindo o nuclear), o Prosub prevê, também, a construção de infraestrutura necessária para a operação e a manutenção dos navios, composta de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), um Estaleiro de Construção e outro de Manutenção, uma Base Naval, um elevador de navios e oficinas equipadas.