O médico Adolfo Antônio Pires e o advogado Patrick Rosa Barreto, presos na Operação Seeds, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na terça-feira 11, podem ter atuado em 13 processos com laudo falso para obter autorização judicial para o cultivo de maconha. Os nomes deles constam de ações de habeas corpus impetradas na Justiça do RJ.
O médico emitia laudos falsos para supostos pacientes, e o advogado ajuizava a ação com fundamento no documento médico. Com isso, a intenção era obter autorização judicial para cultivar skank, um tipo de maconha mais pura e eficaz.
Segundo levantamento do jornal O Globo, entre esses 13 processos, um foi feito para um policial militar e dois para pessoas com anotações criminais.
Além de Pires e Barreto, foram presos na terça-feira a mulher do médico, Pérola Katarine de Castro, responsável pela parte financeira da quadrilha, e o biólogo André Vicente Souza de Freitas, que conseguia as sementes e os insumos para o cultivo de maconha.
Segundo a investigação, o médico emitia laudos e atestava falsos quadros clínicos nos clientes, como depressão, dores crônicas, insônia, fobias e distúrbios de humor. Já o advogado Patrick Rosa é apontado como autor dos pedidos de habeas corpus, que liberam o cultivo da planta em casa. Sem ele, a pessoa pode ser presa por tráfico de drogas.
Um pacote, incluindo o falso laudo e o habeas corpus, era oferecido aos “pacientes” por valores entre R$ 3 mil e R$ 50 mil, informou a polícia.
Pela Lei Antidrogas, é proibido plantar maconha, mas é possível conseguir autorização judicial para produção e consumo de Cannabis para fins terapêuticos.