Moradores que ainda permaneciam em 23 imóveis em área de risco em Maceió deixaram suas casas, segundo a Braskem. Eles foram realocados pela Defesa Civil do Estado de Alagoas, por determinação judicial. Agora, 100% da região vulnerável ao eventual colapso de uma mina da empresa está desocupada.
“Importante lembrar que a área de resguardo no bairro do Mutange, onde fica a mina 18, cuja realocação preventiva foi iniciada pela Braskem em dezembro de 2019, está desocupada, sem nenhuma pessoa residindo na região desde abril de 2020”, informou a Braskem, em nota.
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A empresa ressaltou que os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina.
“Essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta”, informou a companhia. “Todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Braskem vem trabalhando em estreita colaboração.”
Reduz a velocidade do afundamento do solo de mina da Braskem
Diminiu a velocidade com que o solo tem afundado por causa da mina da Braskem, em Maceió. A afirmação é do prefeito da cidade alagoana, João Henrique Caldas (PL), com base em relatório da Defesa Civil do Estado.
A velocidade, que chegou a 5 centímetros por hora em fases mais críticas, agora está em 0,7 cm/h. “Temos uma tendência de diminuição de afundamento naquela região”, disse o prefeito, em vídeo divulgado nas redes sociais.
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Segundo Caldas, apenas um dos doze Differential Global Positioning System (DPGSs), aparelhos que medem o afundamento do solo e monitoram a região da mina, está em alerta máximo. Antes, seis receptores chegaram a ser acionados. Os tremores de terra também reduziram “consideravelmente”, de acordo com o político.
“Não podemos afirmar que vai estabilizar, mas esse é um caminho para a estabilização”, disse Caldas. “Estamos vencendo um dia de cada vez para podermos juntos sairmos dessa situação.”
Mineração em Maceió começou em 1970
A mineração começou na década de 1970 na capital alagoana, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que passou a se chamar Braskem apenas posteriormente.
A extração de sal-gema, minério usado para fabricar soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público. Hoje, a Braskem tem 35 minas em Maceió.
No começo de 2019, o piso de um apartamento no bairro do Pinheiro afundou de repente e assustou os moradores. Outros buracos surgiram e a Defesa Civil Municipal evacuou o prédio e também interditou a rua por causa dos riscos.
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Alguns meses depois, foi a vez dos moradores dos bairros vizinhos Mutange e Bebedouro serem afetados pelas rachaduras. O piso de algumas casas chegou a ceder, e as paredes passaram a apresentar grandes rachaduras.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a extração de sal-gema feita pela Braskem era a responsável pela instabilidade do solo em maio de 2019. As primeiras ordens de evacuação foram emitidas para os bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Com a agravação do problema, a ordem foi ampliada para parte do Bom Parto e do Farol.
Em novembro de 2019, a Braskem anunciou que iria fechar definitivamente os poços de extração de sal-gema de Maceió. O fechamento total das 35 minas, que têm profundidade média de 886 m, levará em média dez anos;
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
A causa desses tremores, acredito ser em virtude do desabamento dos tetos dessas dolinas. Em consequância disso, o volume retirado pela mineração irá subindo à medida que o teto dessas dolinas continuem a desabar até se chegar à superfície. Poderá acelerar ou não, então agora é ralaxar e esperar a finalização desses tremores.