O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, investigado por sua suposta participação em uma fraude bilionária junto com outros ex-executivos.
A operação da Polícia Federal (PF) visa a esclarecer o envolvimento na manipulação de contas que causou a recuperação judicial da empresa.
No pedido, feito na quarta-feira 10, os procuradores afirmam que, se a extradição for negada, “abre-se a possibilidade de processamento do requerido no Reino da Espanha”, onde Gutierrez atualmente reside.
Isso permitiria que ele fosse processado e julgado na Espanha. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, havia confirmado no mês passado que o pedido de extradição seria feito.
Gutierrez foi preso em Madri no final de junho, mas foi liberado no dia seguinte, quando entregou seu passaporte às autoridades espanholas. Sua defesa afirmou que ele “compareceu espontaneamente” às autoridades policiais e judiciais para prestar os esclarecimentos solicitados.
Ele foi alvo de um mandado de prisão emitido pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro em junho, como parte da Operação Disclosure.
Fraude contábil na Americanas
A Operação Disclosure investiga uma fraude contábil de mais de R$ 25 bilhões, que levou a Americanas a pedir recuperação judicial no ano passado. Gutierrez estava fora do país em 27 de junho, quando a operação foi deflagrada, o que resultou na inclusão de seu nome na lista de procurados pela Interpol. Ele foi preso em Madri no dia seguinte, mas saiu da prisão após um dia.
Especialistas consultados pelo jornal Folha de S.Paulo afirmaram que a extradição de Gutierrez pode ser complicada, pois ele possui cidadania espanhola. Miguel Gutierrez liderou a Americanas por mais de duas décadas, até dezembro de 2022.
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