Um dado divulgado na quarta-feira 6 pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância indica que quase 80% das escolas municipais fazem busca ativa para encontrar alunos que não voltaram às aulas depois da pandemia.
De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de crianças e adolescentes fora da escola aumentou 171% durante a pandemia.
Ao todo, 244 mil meninos e meninas de 6 a 14 anos não estavam matriculados no segundo trimestre de 2021, cerca de 154 mil a mais que em 2019.
Dados divulgados pelo Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira apontam que o número de matrículas de crianças entre 6 e 10 anos diminuiu entre os anos de 2019 e 2020.
Escolas ficaram fechadas por tempo excessivo
Na avaliação de Priscila Cruz, presidente executiva do Todos Pela Educação, em entrevista à CNN Brasil, “o Brasil cometeu um erro muito grave durante a pandemia que foi de manter essas escolas fechadas por muitas semanas, por muito tempo. Tempo superior a outros países”.
Ainda segundo ela, vários fatores contribuíram para afastar as crianças menores das escolas.
“Muitas estão analfabetas e estão com vergonha de voltar para escola, muitas perderam o vínculo, tiveram uma série de sofrimento na pandemia dentro de casa, como violência, abandono, nutrição”, contou. “É uma série de consequências negativas muito ruins que afetaram, especialmente, as crianças mais pobres”, explicou.
A maioria dos governadores,prefeitos e os Sindicatos dos Professores são os responsáveis por esta tragédia, com o respaldo do Poder Judiciário.