Sancionada pelo presidente Lula, na manhã da segunda-feira 7, a lei que autoriza a ozonioterapia como procedimento de caráter complementar, ou seja, administrado em paralelo com os tratamentos convencionais, rapidamente se tornou alvo de ataques na mídia.
O petista chegou a ser acusado de “negacionismo” até mesmo por seus seguidores, em virtude de ter chancelado o dispositivo aprovado pelo Senado, em julho.
A prática é rodeada de polêmicas, sobretudo por não ser apoiada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Academia Nacional de Medicina (ANM).
O que é a ozonioterapia?
Em linhas gerais, a ozonioterapia é um tratamento médico que promete melhorar a oxigenação de tecidos, fortalecer o sistema imunológico e controlar infecções, explicou Maria Emília Gadelha Serra, presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia.
“É um dos oxidantes mais potentes da natureza”, afirmou a especialista. “Essa característica faz com que ele possa tratar inflamações crônicas, dores articulares, colites e diabetes. Além disso, tem potencial enorme para controle de infecção hospitalar.”
Os primeiros estudos sobre essa terapêutica datam do século XIX, na Alemanha. Hoje, é mais comum na estética e na odontologia. Maria Emília disse que a ozonioterapia não deveria ser tratada como tabu. Isso porque é uma questão ligada à liberdade do médico de escolher, com o paciente, o tratamento mais adequado para ele.
Como é feita a ozonioterapia?
O tratamento pode ser realizado de algumas formas. Uma delas é ozonizar a água e aplicar a solução diretamente na pele. Outra é a introdução retal, por meio de uma sonda menor que um supositório. A ozonioterapia também pode ser administrada com uma seringa diretamente nas articulações.
A prática é permitida em alguns países, como China, Cuba e Rússia, e proibida em outros, como nos Estados Unidos. No Brasil, embora o CFM, a AMB e a ANM sejam contra, alguns conselhos regulamentam o uso, como o de Farmácia e Biomedicina.
O empresário Ricardo Previdelli, de 50 anos, faz ozonioterapia desde 2018, quando recorreu ao método para tratar da bursite em um dos ombros, uma doença que inflama as articulações. “Antes desse tratamento, passei dois anos com dor”, disse, ao mencionar que passa por acompanhamento médico. “Fiz fisioterapia e tomei injeção, mas não resolvia. Eu só sobrevivia. Em três aplicações de ozônio, meu ombro era outro. Com cinco, já não sentia mais nada.”
Mudanças pela lei
Com a lei, todos os profissionais de saúde do país estão autorizados a praticar a ozonioterapia. Depois da sanção de Lula, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota esclarecendo os limites da prática.
“Em que pese não haver equipamentos de produção de ozônio aprovados junto a esta Agência para uso em indicações médicas no Brasil, visto que ainda não foram apresentadas evidências científicas que comprovem sua eficácia e segurança, novas indicações de uso da ozonioterapia poderão ser aprovadas pela Agência, no caso de novas submissões de pedidos de regularização de equipamentos emissores de ozônio”, disse a Anvisa.
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Essa sanção é para os encantados se felicitarem com a aplicação de tal tratamento no local adequado.
Uai, a Cloroquina também não tinha comprovação científica de funcionamento e todos que a usaram foram acusados de negacionista. E agora?
Bastou ter o detalhe de introduzir alguma coisa na boca de saida e a coisa foi aprovada imediatamente. Os petistas estao em festa.