Nesta quarta-feira, 14, depois de sentir dores abdominais, o presidente Jair Bolsonaro foi submetido a exames no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para investigar um quadro de soluço persistente.
Durante live realizada na semana passada, o presidente já demonstrava dificuldade para falar em razão do problema. “Peço desculpas. Estou há uma semana com soluços e talvez não consiga me expressar adequadamente nesta live“, disse.
Possíveis causas do soluço
Uma crise de soluço pode ser desencadeada por uma série de fatores, entre eles comer rápido e em grande quantidade, tomar refrigerante, engolir ar, mudanças bruscas de temperatura, tabagismo, álcool, ansiedade e estresse. Outra causa de soluços excessivos é o refluxo gastroesofágico, que ocorre quando há retorno do ácido estomacal para o esôfago.
Em entrevista ao portal G1, o médico Flavio Quilici, professor de gastroenterologia da PUC de Campinas, explica que a situação de Bolsonaro, além de rara, é muito incômoda e tem relação com o diafragma, um músculo que separa o tórax do abdômen e está diretamente relacionado com a respiração. “Raríssimas vezes isso persiste por mais de 48 horas, o que se caracteriza como uma síndrome do soluço persistente, podemos dizer assim. Dez dias é bastante.”
Segundo o próprio presidente, o quadro pode ter relação com os remédios que precisou tomar por causa de uma cirurgia para implante dentário.
Obstrução intestinal
Durante a bateria de exames realizada hoje no Hospital das Forças Armadas, os médicos diagnosticaram que o presidente Jair Bolsonaro enfrenta um quadro de obstrução intestinal.
A obstrução intestinal ocorre quando há o bloqueio parcial ou total da passagem das fezes pelo intestino. O motivo do bloqueio pode estar associado a diferentes condições médicas. O presidente já havia apresentado o problema em setembro de 2018, depois de passar por cirurgia para corrigir uma distensão abdominal.
Tratamento
Na maioria dos casos, não há necessidade de intervenção cirúrgica. No caso do presidente Bolsonaro, ele está internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para exames complementares e pode precisar passar por cirurgia.
Quando o procedimento cirúrgico não é recomendado, o tratamento pode ser feito com medicamentos ou por meio de intervenções como uso de sonda nasogástrica, líquidos intravenosos, ou utilização de um tubo expansível colocado na obstrução para facilitar o movimento do trato gastrointestinal.
Se os médicos confirmarem a necessidade de cirurgia, esse será o sétimo procedimento cirúrgico de Bolsonaro desde que recebeu uma facada em 2018, durante ato da campanha presidencial. Segundo especialistas, há grande possibilidade de a obstrução intestinal diagnosticada no presidente ter sido causada por aderências (partes do intestino que ficam coladas) em razão de procedimentos cirúrgicos anteriores.