O Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras), uma ONG com sede em Boa Vista (RR), é alvo de investigações por uso irregular de quase R$ 3 milhões de emendas de relator. O dinheiro era destinado supostamente à capacitação de mulheres.
De acordo com o site Metrópoles, apesar da aparência modesta, com sede compartilhada em um pequeno estúdio, a entidade administra projetos milionários. A atuação é ampla, incluindo shows sertanejos e ações voltadas a jovens evangélicos.
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O Ibras entrou no cadastro de entidades impedidas de atuar pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou falta de transparência em seus relatórios.
Em 2024, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), bloqueou R$ 4,2 bilhões em emendas, o que afetou diretamente o Ibras. A ONG recebeu R$ 2,9 milhões de uma emenda da bancada do Tocantins para o projeto “Mulheres que Transformam”, que prometia oficinas de qualificação em Palmas (TO).
Emendas financiaram eventos bilionários
Além das emendas de relator, o Ibras recebeu R$ 16,9 milhões do governo de Roraima para organizar a Expoferr, evento agropecuário que incluiu shows de Wesley Safadão e outros artistas.
O Tribunal de Contas do Estado identificou irregularidades em R$ 3,3 milhões pagos em duplicidade. A ONG ainda acumulou outros contratos milionários, como de R$ 7,6 milhões e R$ 12,6 milhões para projetos de qualificação profissional.
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A presidente do Ibras, Bruna Antony, afirmou que aplica os recursos em políticas públicas e para contratar espaços e equipes conforme a necessidade dos projetos.
Bruna ocupava um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Roraima até março de 2023, com um salário de pouco mais de R$ 3 mil. Sete meses depois de sua exoneração, já como presidente do Ibras, ela assinou o contrato de quase R$ 17 milhões.
Em nota, a presidente do Ibras tenta justificar os valores. “Embora tenha trabalhado com valores significativos na execução de diversos projetos, a instituição aplica os recursos exclusivamente nas políticas públicas relacionadas às parcerias realizadas com o poder público”, escreveu Bruna.
Tem que vasculhar pois aí tem jabuti.