A fila para transplantes de córneas cresceu 80% no Brasil durante a pandemia. Dados apresentados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) revelam que este tipo de cirurgia caiu mais de 50% em 2020, partindo de quase 15 mil para 7 mil.
No fim de 2019, como mostrou uma reportagem da Agência Brasil, eram pouco menos de 11 mil inscritos para os transplantes de córneas. Em dezembro de 2021 eram quase 19 mil pessoas à espera do transplante.
De acordo com a ABTO, a quantidade de cirurgias deste tipo continuou cerca de 15% mais baixa no ano passado, em comparação aos níveis pré-pandemia. Em 2021, menos de 13 mil cirurgias foram feitas.
A professora Tatiana Lima, de 42 anos, é uma das pacientes que aguarda sua vez para ser transplantada. Ela confirma que o ritmo ficou mais lento durante a pandemia.
Depois de três anos de espera, Tatiana conta que já fez todos os exames pré-operatórios exigidos pelo médico e que pode ser chamada a qualquer momento para realizar a cirurgia em um dos olhos, em Brasília.
“Este será meu segundo transplante”, afirmou Tatiana à Agência Brasil. “O primeiro, nos dois olhos, foi feito há 30 anos, em Goiânia, quando eu ainda era adolescente. Com o passar dos anos minha visão esquerda foi piorando. Por causa de um inflamação, uma das córneas voltou a ficar fina e, por isso, o novo transplante.”
Localizada na parte frontal do olho, a córnea é um tecido transparente. Ela é a primeira camada por onde a luz penetra e, por isso, precisa ter total transparência.
Uma córnea doente, acometida, por doenças congênitas, distrofias de córnea e cicatrizes pós trauma, perdem essa transparência e a visão fica prejudicada. Após se esgotarem as outras alternativas de tratamento, o transplante geralmente é indicado para a reabilitar a visão do paciente.
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