A Polícia Federal (PF) está avançando em uma investigação que apura o sumiço de livros raros que ocorreu no Museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará (PA). Em 2008, 60 obras literárias dos séculos 17, 18 e 19 — avaliadas em torno de R$ 4 milhões — desapareceram repentinamente da instituição.
A PF estima valor de R$ 100 mil a R$ 200 mil para cada uma das obras. As informações foram publicadas neste domingo, 28, no jornal O Globo.
Três funcionários foram indiciados por peculado culposo, quando não há cuidado adequado, mas o inquérito foi arquivado por falta de provas. O crime começou a ser elucidado quando a PF reabriu o caso em 2023, passando a trocar informações com as polícias internacionais, como a de Londres, Inglaterra, e Argentina.
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Das 60 obras, os agentes recuperam quatro entre 2014, 2023 e 2024. Os livros estavam sendo vendidos em Nova York, Buenos Aires e Londres. Nesta semana, houve ainda uma devolução voluntária ao museu.
Com a ajuda de novos instrumentos de perícia e de cooperação internacional, os agentes da PF fazem o caminho inverso para encontrar os criminosos, ou seja, procuram os receptadores que lucraram com a venda das obras.
“O nosso objetivo é identificar o intermediador que fez a obra chegar na Europa”, disse o delegado Diego Dantas. “São esses intermediários e receptadores que viajam o mundo negociando e buscando esses bens, tanto no mercado legal como ilegal. É um segmento muito restrito. Pouquíssimas pessoas atuam com isso. Há indícios de que pelo menos um estrangeiro esteja envolvido.”
O estrangeiro mencionado poderia ter ido ao Pará em dezembro de 2008, quando o crime ocorreu. À época, um grupo de pesquisadores visitou o museu um dia antes, o que fez a polícia suspeitar que um deles repassou informações à quadrilha.
Na ocasião, o museu estava prestes a receber uma sala cofre e um sistema novo de segurança. Contudo, os criminosos agiram antes e deixaram poucos rastros. Os ladrões tinham conhecimento do valor histórico dos livros e adotaram métodos para “lavar” as obras roubadas. Os carimbos do museu foram apagados das páginas por lavagem química, mas os peritos conseguiram identificar as marcas.
Quais são os livros raros recuperados pela PF
O último livro recuperado foi o De India utriusque re naturali et medica (Da Índia, tanto naturais quanto medicinais), de 1658, do médico e naturalista holandês Guilherme Piso, que participou de uma expedição ao Brasil patrocinada pelo conde Maurício de Nassau. Piso foi um dos primeiros a escrever sobre a história natural do Brasil. O livro estava com um colecionador em Londres até março de 2024.
Em dezembro do ano passado, a obra Reise in Chile und auf dem Amazonstrome (Viagem no Chile, Peru e no Rio Amazonas), de 1836, do naturalista alemão Eduard Friedrich Poeppig, foi recuperada. O livro detalha a flora, a fauna, a geografia e a cultura dos locais à época. A obra foi recuperada na aduana da Argentina.
Em 2014, a obra Rerum Medicarum Novae Hispaniae (Assuntos Médicos da Nova Espanha), de 1628, do médico e botânico espanhol Francisco Hernandez, foi recuperada. O livro traz registros da flora mexicana durante uma expedição encomendada pelo rei Filipe II em 1570.
Em 23 de abril deste ano, o museu recuperou Delectus Florae et Faunae Brasiliensis (Uma seleção da flora e fauna brasileira), comprado em um leilão pelo Itaú Cultural. Após ser informada da origem do livro, a instituição o devolveu.
Tudo é possível com os Barbalhos no poder.
Ali é pura decadência.
Belém é uma cidade jogada às traças.
Só o sorvete e o porto valem à pena.
Coronel eternamente mandando no pedaço.
O museu estava decadente e abandonado.
Perceberam isso.
Os livros serão leiloados no exterior.
Esse é o único roubo que tenho certeza que o larápio não está envolvido, ele não suporta livros!
Acho que a PF percebeu que estão se tornando obsoletos. Só acho!