As fintechs 2Go Bank e Invbank estão sob investigação por seu suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Operação Hydra, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Polícia Federal (PF), foi deflagrada depois da delação de Vinicius Gritzbach. O empresário revelou detalhes sobre a atuação das fintechs no branqueamento de bens e valores.
Gritzbach, assassinado em novembro de 2024, forneceu informações essenciais para a operação no dia 31 de outubro de 2024, apenas oito dias antes de ser executado. Na manhã de terça-feira, 24, Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da 2Go Bank, foi preso durante as ações das autoridades.
Segundo o MPSP, as fintechs estavam envolvidas em transações que serviam para ocultar a origem ilícita dos fundos e os verdadeiros beneficiários.
Fintechs ligadas ao PCC continuam operando normalmente
Mesmo com a operação policial em curso, os sites das fintechs seguem ativos. A 2Go Bank, liderada por Cyllas Elia, se apresenta como uma fintech que simplifica o setor financeiro para pequenas e médias empresas, oferecendo contas digitais, empréstimos, câmbio e soluções em blockchain.
A Invbank, por sua vez, se define como um banco digital que facilita a gestão de pagamentos e oferece serviços como empréstimos consignados, antecipação de crédito e soluções de criptoativos.
Ambas as empresas alegam oferecer uma gama de serviços que vão além do tradicional, mas agora são alvos de investigações por seu uso em atividades ilícitas.
Gritzbach revelou sociedade entre dono de fintech e membros da facção

De acordo com Gritzbach, Cyllas seria sócio de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e de Rafael Maeda Pires, o Japa, no 2Go Bank. Ambos são apontados como importantes lideranças do PCC.
A Operação Hydra também realizou um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santo André e São Bernardo.
As autoridades estão focadas em desmantelar o esquema financeiro que movimentou grandes somas de dinheiro de maneira complexa, conforme investigações anteriores.
Cyllas Salerno Elia Júnior já havia sido preso anteriormente na Operação Tai-Pan, que investigou crimes financeiros de cerca de R$ 6 bilhões ao longo de cinco anos. Ele foi solto em janeiro, depois de uma decisão judicial.
O portal Metrópoles tentou contato com as fintechs para obter um posicionamento, mas não recebeu resposta até o fechamento de uma reportagem.
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