A Polícia Federal (PF) identificou uma rede supostamente paga por um membro do Comando Vermelho (CV) em apoio à dupla de criminosos que fugiu do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Desde o início das investigações, 14 pessoas ligadas a eles já foram presas, nove delas permanecem detidas.
Com base em um documento do Ministério Público Federal (MPF), o jornal Folha de S.Paulo apurou que o apoio aos fugitivos partiu do comando de Nicolás Rodrigues Alves, conhecido como Deputado. Ele é suspeito de liderar parte do comércio de drogas na região de Mossoró.
Nicolás é apontado como possível organizador da fuga dos dois traficantes e fornecedor de armas para o grupo.
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Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, de 34 anos, chamado de Tatu ou Deisinho, foram recapturados no Pará após uma caçada de 50 dias que envolveu três polícias (Civil, Federal e Rodoviária) e gerou um gasto público de milhões de reais.
O primeiro preso
O primeiro suspeito envolvido com a fuga de Martelo e Deisinho a ser preso foi Jânio Gleidson Carneiro.
Ele teria sido responsável por transportar as armas, incluindo dois fuzis e uma pistola, de Aquiraz, no Ceará, para Baraúna, no Rio Grande do Norte.
Segundo a investigação da PF, Jânio teria recebido as armas de João Victor Xavier da Cunha, conhecido como Qualidade, um parceiro de Nicolás na cidade de Aquiraz.
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À Folha, o advogado de João Victor e Nicolás negou que eles tenham envolvimento com a fuga de Mossoró.
O dono do terreno
Outros dois nomes levantados são José Gustavo Farias, conhecido como Gugu, e Ronaildo da Silva Fernandes, dono do terreno onde os fugitivos teriam ficado escondidos por quase oito dias.
Gugu e Roinaildo começaram a agir desde o dia 18 de fevereiro, dando apoio logístico a Jânio, sob instruções de Nicolás.
Segundo as investigações, Ronaildo providenciou as condições para a fuga dos detentos, incluindo alimentação, roupas e celulares. Ele também teria recebido R$ 5 mil de um traficante do CV que reside na favela do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
O advogado de Ronaildo, Carlos Santana, também negou o envolvimento de seu cliente na fuga dos presos de Mossoró.
Gugu também é apontado com responsável por conseguir parceiros em Baraúnas para fornecer apoio e estrutura aos fugitivos. De acordo com os documentos da PF obtidos pela Folha, ele teria sido a pessoa que conectou Ronaildo e o membro do CV no Rio de Janeiro.
A namorada de Gugu, Joana Melissa de Freitas, também é mencionada como tendo ajudado a comprar roupas para Rogério e Deibson.
De acordo com as investigações da PF, algumas pessoas presas durante a operação não estavam diretamente envolvidas na fuga.
Enquanto outros detidos já tinham mandados de prisão em aberto e foram localizados durante as investigações.
Presos em flagrante
Durante a recaptura dos dois detentos, a PF no Pará prendeu em flagrante quatro pessoas: Eliezer Bruno Pacheco dos Santos, Italo Santos Sena, Juarez Pereira Feitosa e Jefferson Augusto Magno Favacho. Todos permanecem detidos no sistema prisional do Pará.
Outros nomes
Na semana passada, a Polícia Civil do Pará prendeu mais dois suspeitos, Eduardo Alcântara da Silva e Manasses da Silva. Eles teriam ajudados a dupla no Estado.
Eduardo, de acordo com as investigações, desempenhava um papel de destaque no CV, sendo responsável pela distribuição de drogas em grande escala.
Raissa Forte de Brito e Johnney Weyd Nascimento da Silva completam a lista com os 14 nomes levantados pela Polícia Federal até o momento como parte da rede de apoio aos criminosos fugitivos de Mossoró.
As custas para reprender eles deveria ser pagas pela diretoria incompetente do presídio que deixou tantas falhas de segurança