Montanhas, eucaliptos, pinheiros, casas de madeiras com chaminés e terrenos cheios de neve. Esse é um dos cenários de inverno da Serra Catarinense. Em 28 de março, o município de São Joaquim, com 27 mil habitantes, mostrou que o brasileiro não precisa viajar à Europa para ter contato com os flocos de gelo.
O climatologista e colunista de Oeste Ricardo Felício explica que há dois fatores importantes que contribuem para a queda de neve em Santa Catarina.
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O primeiro ponto, segundo Felício, são as latitudes daquele Estado, que contribuem para a queda da neve nos períodos de inverno. Ou seja, o fato de Santa Catarina estar mais perto do Polo Sul contribui para a chegada do fenômeno.
A altitude também contribui para a chegada da neve
O segundo ponto é o clima de altitude. A cidade de São Joaquim, por exemplo, está a 1,3 mil metros acima do nível do mar.
Felício explica que as camadas mais quentes da atmosfera ficam ainda mais embaixo do solo; e as frias, ficam em cima. Por esse motivo, quanto maior a altitude, mais frio será.
“No caso de Santa Catarina, as regiões serranas apresentam os dois fatores geográficos que permitem ao fenômeno da precipitação de neve ocorrer, quando uma alta pressão móvel polar passe por lá”, explica Felício. “A nebulosidade pode ocasionar chuvas muito frias, congeladas e precipitação de dendritos, ou seja, neve.”
Nevasca em Santa Catarina
A maior nevasca em Santa Catarina ocorreu em julho de 1957. À época, registrou-se sete horas de neve ininterruptas, em São Joaquim.
A neve cobriu a cidade, e foi necessário enviar socorro por aviões. As aeronaves que sobrevoaram a região jogaram mantimentos em diversas áreas.
Naquele mês, os termômetros chegaram a marcar – 9ºC. As estradas ficaram bloqueadas e os telhados das casas acumularam 20 centímetros de neve.