A Prefeitura de Porto Alegre foi notificada em 2018 sobre o risco de falhas no sistema de bombeamento na região central da cidade em caso de cheia do Rio Guaíba acima da cota de inundação. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A informação está em um relatório técnico acessado pela publicação. O documento foi elaborado em setembro daquele ano por funcionários municipais.
A área central de Porto Alegre e outras regiões do Estado enfrentam alagamentos há duas semanas devido a intensas chuvas. As bombas, que deveriam drenar a água para o Guaíba, não funcionaram adequadamente, de acordo com especialistas.
Na época do relatório, o prefeito da cidade era Nelson Marchezan Júnior (PSDB), sucedido por Sebastião Melo (MDB), em 2021.
No documento acessado pela Folha, dois engenheiros integrantes da gestão municipal apontaram o fato de que era necessário rever o projeto de parte do sistema de prevenção de cheias por possível “falha na proteção”. Segundo a publicação, os técnicos se referiam a duas casas de bombas projetadas para escoar a água da chuva do centro da cidade para o Guaíba.
Os especialistas identificaram ainda que a única proteção contra o transbordamento de água captada abaixo do piso, antes de ser despejada no rio, era uma simples tampa de ferro. Segundo eles, era essencial um sistema estanque com vedação robusta para aguentar a pressão em caso de cheias.
“A cota do piso é de 3,30 m. Assim, em situações onde o nível do Guaíba ultrapasse esta cota, é provável que haja extravasamento para a área interna da estação”, menciona o documento.
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Outro relatório sobre enchente em Porto Alegre foi publicado em novembro
Em novembro do ano passado, com o transbordamento do rio, um novo parecer foi emitido.
“Informamos que ocorreram grandes dificuldades na operação das unidades citadas, quando o Guaíba passou da marca de 3,2 m, em especial quando passou de 3,4 m, ponto onde se observou o limite para o acionamento das bombas com segurança”, consta no documento. A cota de inundação do lago é de 3 metros.
Em comunicado enviado à Folha, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), da gestão Melo, informou que a instalação de tampas herméticas nas casas de bombas 17 e 18 está em “fase de viabilidade técnica para elaboração do projeto”.
Em entrevista coletiva, o prefeito acusou “pessoas de extrema esquerda” de “montar uma narrativa mentirosa” sobre as enchentes em Porto Alegre.
O alerta sobre as falhas no sistema foi divulgado pelo deputado estadual Matheus Gomes (Psol) em suas redes sociais na noite desta segunda-feira, 20.
Melo afirmou ainda que politizar a questão não resolverá o problema das enchentes na cidade.
“O impacto poderia ter sido muito menor”, declarou o deputado em relação às falhas no sistema de bombeamento. Ele anunciou que solicitará investigações sobre os contratos ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e ao Tribunal de Contas.
A paralisação no sistema de bombeamento é apontada por engenheiros hídricos e ambientais como um dos fatores agravantes para a inundação do centro histórico de Porto Alegre e dos bairros Menino Deus, Cidade Baixa e Sarandi. Das 23 estações instaladas pela cidade, apenas três estavam operando nos primeiros dias depois das chuvas intensas.
No resumo da ópera e com as palavras adequadas: em tudo que são necessárias inserções técnicas
mas tem política no meio é uma merda só.
O que esperar de um prefeito do PSDB.
Eita partido Falido.