Um dos responsáveis pelo excesso de chuvas no Rio Grande do Sul desde o ano passado, o El Niño está praticamente no fim, informou a MetSul Meteorologia. Mudanças atmosféricas ainda são esperadas, mas as condições oceânicas atuais já não recebem influências pelo fenômeno climático.
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Meteorologistas esperam que, em breve, a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos oficialize o fim do evento, que começou em junho de 2023. O último boletim semanal da agência norte-americana revelou uma instabilidade de temperatura de 0,3ºC na região chamada Niño 3.4, uma faixa do Pacífico Equatorial Central usada para definir a presença do El Niño. Isso indica uma situação de neutralidade climática.
Previsão inicial
A previsão inicial era que o El Niño se encerrasse entre abril e junho de 2024, conforme boletim da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Desde junho do ano passado, o fenômeno apresentou uma faixa de águas quentes em grande parte do Pacífico equatorial.
Apesar de anomalias persistentes desde agosto, o fenômeno começou a enfraquecer nos últimos meses. A última vez que a região Niño 3.4 apresentou valores neutros foi em maio do ano passado, com um pico de +2,1ºC em novembro de 2023.
A expectativa é que as águas do Pacífico Equatorial continuem a resfriar, o que vai resultar em um quadro de neutralidade de curta duração antes da transição para o fenômeno La Niña.
Fenômeno La Niña
Previsto para os próximos meses, o fenômeno La Niña foi evidenciado por um mapa divulgado no domingo, 12, pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). O órgão revelou uma “língua” de águas frias no Pacífico Equatorial.
A expectativa é que a La Niña seja oficialmente declarada entre julho e agosto. “A fase fria já se torna evidente nas próximas semanas”, indicou a NOAA. O fenômeno é caracterizado por temperaturas abaixo do normal na superfície do Oceano Pacífico equatorial, central e oriental. Isso gera impactos significativos no clima global, contrastando com o El Niño ao resfriar as águas do Pacífico.
Impactos globais
A La Niña afeta os padrões globais de vento, precipitação e temperatura. Entre 2020 e 2023, o fenômeno causou estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, na Argentina e no Paraguai.
No Brasil, seus efeitos variam conforme a região. O Sul do país tende a enfrentar maior risco de estiagens e menor quantidade de chuvas, embora eventos de chuva extrema possam ocorrer. Em contrapartida, as regiões Norte e Nordeste devem registrar um aumento nas precipitações.
Além das chuvas, a La Niña também influencia as temperaturas, o que resulta em mais massas de ar frio para o Sul do Brasil. Contudo, com a presença de estiagens, a região pode também experimentar ondas de calor e temperaturas extremas durante o verão.