Os criminosos conhecidos pelos apelidos de Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Nem da Rocinha, “Cabeça Branca” e Marcola vivem em presídios federais de segurança máxima no Brasil e têm uma rotina que exclui qualquer contato com o mundo externo. Isso é o que mostrou uma reportagem da CNN exibida nesta segunda-feira, 10, depois de acompanhar a transferência de presos de alta periculosidade do Rio de Janeiro.
Os cinco traficantes, que lideram facções criminosas no país, estão nos presídios de Catanduvas, no Paraná, e de Brasília. Nessas unidades, eles têm seis refeições ao dia, até duas horas de banho de sol e cela individual de 7 metros quadrados sem contato com o mundo externo nem eletricidade.
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e os rivais no tráfico do Rio Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, estão no presídio paranaense. Já Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, e Marcos Willians Camacho, o Marcola, estão na capital federal.
Nas duas unidades, segundo a CNN, os detentos ficam em celas individuais com cama, escrivaninha, banco e prateleiras em alvenaria, além de banheiro com sanitário, pia e chuveiro. Nos 20 primeiros dias na unidade, o recém-chegado fica em uma cela de isolamento que tem aproximadamente 9 metros quadrados, na qual há espaço para banho de sol individualizado. Somente advogados constituídos podem visitar o detento nesse período de inclusão.
Esses presídios federais também têm uma equipe multidisciplinar com médicos, psiquiatras, psicólogos, dentistas, enfermeiros, assistente social e demais setores que realizam o atendimento inicial desse interno para avaliar as condições de saúde.
Ainda de acordo com a CNN, ao preso são dadas duas camisetas de manga curta e longa, calça, agasalho, tênis, sapato, lençol, toalha, travesseiro e meias. No kit de higiene, há sabonete, desodorante, escova, creme dental, papel higiênico e produtos de limpeza do ambiente. As seis refeições diárias dos líderes de facções criminosas são compostas de café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
Pena dos cinco criminosos chega a quase 900 anos
Juntos, os cinco criminosos têm penas que passam de 900 anos de prisão. A maior pena é de Marcola — 338 anos. Apontado como líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcola foi acusado de cometer vários crimes mesmo dentro da prisão, como encomendar assassinatos. Em todos os interrogatórios, Marcola nega ser integrante do PCC.
Beira-Mar, que começou no tráfico na região de Duque de Caxias aos 20 anos, foi condenado a 338 anos de prisão e está no sistema penitenciário federal desde 2006.
O “Cabeça Branca” foi condenado a cem anos de prisão. Segundo as investigações, ele negociava drogas — especialmente cocaína — com facções criminosas de vários países da América Latina. Passando-se por agricultor, conseguiu fugir das autoridades durante 30 anos. Já Nem da Rocinha e Marcinho VP, inimigos quando eram chefes do tráfico no Rio de Janeiro, estão no mesmo presídio federal, mas não têm nenhum contato, segundo a CNN.
O primeiro foi condenado a 96 anos de prisão e o outro, a 44 anos. Marcinho VP foi apontado pelas autoridades fluminenses como chefe do Comando Vermelho, a maior facção do Rio de Janeiro, e Nem da Rocinha comandava o tráfico na maior favela do Brasil.