Produtores rurais do Rio Grande do Sul decidiram, depois de dois encontros com cerca de 10 mil representantes do grupo, realizar um “tratoraço” em Porto Alegre. O protesto visa a para cobrar medidas de apoio do governo federal depois das enchentes históricas que atingiram o Estado.
A ideia é que as máquinas venham embarcadas em caminhões e sejam estacionadas em algum ponto da capital gaúcha que ainda está em definição. Os produtores do Rio Grande do Sul querem uma resposta do governo uma vez que têm só têm as suas dívidas prorrogadas até 15 de agosto.
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O movimento SOS Agro Rio Grande do Sul exige uma posição do governo em relação aos pedidos da Farsul e Fetag-RS, que incluem prorrogação de dívidas por quinze anos, com três anos de carência, e 3% de juros anuais, além de apoio aos pequenos produtores.
A pauta também inclui a liberação de recursos para reinvestimento nas propriedades afetadas. Segundo a Emater-RS, pelo menos 206 mil propriedades foram impactadas, abrangendo diversos segmentos como grãos, hortaliças, fruticultura, agroindústria e pecuária.
Senado busca ajudar produtores rurais do Rio Grande do Sul
Na semana passada, o Senado transformou o Projeto de Lei 1536/24, dos deputados Zucco (PL-RS) e Rodolfo Nogueira (PL-MS), em Medida Provisória. O projeto anistia dívidas de custeio e crédito rural com vencimento até 31 de dezembro para os produtores rurais do Rio Grande do Sul.
Para o senador Ireneu Orth (PP-RS), relator no Senado, essa é “a melhor solução já que o PL, mesmo que aprovado, poderia ser vetado pelo governo lá na frente”. As informações são do Canal Rural.
“A Medida Provisória passa a valer já na data de publicação, que normalmente é um dia depois da aprovação, e depois tem 120 dias para virar ou não lei. Esperamos e trabalhamos para que esteja publicada até 30”, acrescentou.
Ministério afirma estudar medidas
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que estuda medidas específicas conforme o nível de perda em cada caso no Estado. Onde houve perda total, uma medida será aplicada. Onde houve perda parcial, outra.
Graziele de Camargo, produtora rural de São Sepé (RS) e organizadora do SOS Agro RS, afirmou que o tratoraço ocorrerá mesmo que a MP seja publicada.
“Estamos e vamos fazer pressão porque a situação se agrava a cada dia”, afirmou. “O ato (esperamos) que seja para celebrar alguma medida e cobrar outras. O estado e o agro do RS precisam de apoio para seguir.”