Saiba quanto ganha um influenciador digital no Brasil

Um levantamento realizado pela plataforma Influency.me, de marketing de influência, mostra quanto ganha, em média, um influenciador digital no Brasil. O relatório foi publicado em janeiro e destacou que, em 2024, cerca de 41% dos influencers do país ganham até R$ 500 por mês.

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A plataforma reúne mais de 1 milhão de influenciadores que trabalham promovendo marcas e impulsionando a decisão de compra de seus seguidores. A pesquisa contou com 350 participantes do segmento de marketing de influência para avaliar diversos aspectos desses profissionais.

“Realizamos essa pesquisa anualmente para entender o mercado de influência, suas mudanças e novidades”, explicou o fundador e presidente da Influency.me, Rodrigo Azevedo. “A pesquisa deste ano revela que, mesmo sendo uma área em crescimento, a maior parte dos influenciadores ainda não pode viver somente dessa renda.”

Afinal, qual o salário dos influenciadores?

De acordo com o relatório, a maioria dos influencers não conseguiria viver com a renda de seus trabalhos nas redes sociais. O salário mais comum não passa dos R$ 500, para cerca de 41% dos influenciadores. Já 23% afirmam ganhar entre R$ 500 e R$ 2 mil por mês com a profissão.

Cerca de 14% disseram ganhar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, 10% entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Apenas 8% recebem um valor acima dos R$ 10 mil mensais. Os ganhos levam em consideração diversos fatores, como a quantidade de seguidores.

Em comparação, a influenciadora digital mais rica do Brasil ganha aproximadamente cerca de R$ 500 mil por mês. Virgínia Fonseca tem 46,2 milhões de seguidores e é a nona pessoa mais seguida no Instagram no Brasil. Ela é a primeira influenciadora nativa digital da lista — os oito brasileiros antes dela no ranking são cantores, jogadores de futebol, humoristas ou atrizes.

Com a fama conquistada no meio on-line, Virginia acabou contratada pelo SBT. A expectativa é que ela apresente um programa ainda em 2024.

Como os influencers decidem o valor?

Na hora de precificar, cerca de 13% se baseiam no número total de seguidores, enquanto 39% focam nas visualizações que o perfil alcança. De acordo com a Influency.me, os influenciadores deveriam precificar o trabalho por meio do CPM, que é uma métrica para mensurar o valor a cada mil visualizações. Contudo, a maioria, cerca de 54% dos influenciadores, não conhecem a métrica.

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Para 96% dos influenciadores digitais, a área de atuação é uma profissão. Eles não têm, entretanto, estabilidade de um emprego comum, com salário fixo e benefícios. É comum um influencer ficar sem renda por vários meses.

“As receitas de cada influenciador variam por diversos motivos”, explica Azevedo. “Dentre eles, podemos citar o profissionalismo do influenciador, sendo que aqueles com menor nível profissional são menos remunerados e têm menos propostas de parceria.”

Com isso, boa parte dos influenciadores digitais brasileiros têm outras fontes de renda, como é o caso de 13%, que trabalham CLT, enquanto 15% atuam também como freelancer, 8% têm marca própria, entre outras opções. Apenas 30% trabalham somente com a produção de conteúdo digital, conforme a Influency.me.

Pagamento por desempenho agrada as marcas

Cerca de 32% das marcas preferem fechar acordos que levem em consideração o desempenho da propaganda contratada, mas 49% dos influenciadores não concordam com essa forma de remuneração.

“A minha parte foi feita, de fazer a minha audiência conhecer a marca”, disse Jessica Dantas, influenciadora de beleza. “Mas na hora de fechar a venda, se o atendimento não for bom, se o preço não estiver competitivo, não dá para culpar o influenciador.”

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A Influency.me também conversou com as marcas para saber quais métricas elas utilizam na hora de avaliar quando pagar a um influenciador. Cerca de 79% das empresas citaram que o principal critério é a taxa de engajamento. Porém, 35% também consideram o número de seguidores do contratado. O porcentual é menor que em 2023, quando 45% das companhias citaram o número de seguidores.

“Isso demonstra amadurecimento do mercado”, disse Azevedo. “Estão deixando de olhar para métricas de vaidade que não significam muita coisa, e passando a olhar para onde importa.”