Nesta terça-feira, 12, vários presos que cumprem pena em regime semiaberto deixaram presídios no Estado de São Paulo para a primeira saída temporária de 2024, conhecida popularmente como “saidinha”. Entre os beneficiados, estão presos de casos de grande repercussão no país, como Alexandre Nardoni, Gil Rugai, Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves.
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Os quatro são egressos do Presídio Dr. José Augusto César Salgado — o P2 de Tremembé — localizado na região do Vale do Paraíba. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP), mais de 34 mil detentos receberam a concessão da “saidinha” em 2023 e mais de 1,5 mil não voltaram às prisões dentro do prazo estipulado.
Na lei, a saída temporária é apresentada como um instrumento de ressocialização, sendo direcionada a presos em regime semiaberto que demonstram “bom comportamento” durante o cumprimento da pena. Esses detentos têm direito a quatro saídas por ano. O calendário é estabelecido pelo Judiciário.
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Essa é a primeira “saidinha” desde que o Senado aprovou um projeto para acabar com a medida. O texto ainda precisará passar por nova votação na Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, pode virar lei.
Quais foram os crimes cometidos pelos presos contemplados pela “saidinha“?
Os quatro detentos da Penitenciária de Tremembé estiveram envolvidos em crimes de grande repercussão nacional. Em 2010, Alexandre Nardoni foi condenado a 30 anos de prisão depois de participar do assassinato da própria filha, Isabela, em 2008. A menina foi jogada do 6º andar de um edifício na capital paulista.
Lindemberg Alves, assassino de Eloá Pimentel, foi condenado a 39 anos de reclusão por invadir o apartamento onde a garota morava e deixá-la em cárcere junto de sua amiga, Nayara Rodrigues, e de outros dois colegas de escola. Eloá foi morta com um tiro depois de cem horas de negociação entre Lindemberg e a polícia. O crime ocorreu em 2008, e a condenação foi determinada em 2013.
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Em 2006, Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos de prisão por sua participação no assassinato do casal Von Richthofen. O crime foi cometido em outubro de 2002. A filha do casal, Suzane Richthofen, também foi presa com o então namorado, Daniel Cravinhos, pelo mesmo crime.
Apesar de terem sido condenados juntos, Suzane e Daniel já saíram da cadeia, enquanto Cristian permanece cumprindo pena na penitenciária.
O ex-seminarista Gil Rugai foi condenado a mais de 33 anos de prisão por assassinar o pai e a madrasta, em 2004. O casal foi encontrado morto na casa onde morava em Perdizes, zona oeste da capital. Luiz tinha 40 anos de idade e Alessandra, 33 anos. Rugai tinha 20 anos na época.
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Com exceção de Alexandre Nardoni, que adiantou dois dias da “saidinha” para fevereiro, os detentos vão ficar sete dias fora do presídio. Eles devem retornar à penitenciária até o dia 18 de março.
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