O sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Assibge, anunciou uma mobilização contra a proposta de criação da fundação de direito privado IBGE+, apresentada pela gestão de Márcio Pochmann. Apelidado de “IBGE paralelo”, o projeto tem gerado apreensão entre os servidores.
A crise interna no instituto já está impactando a coleta de dados e afetando a confiança nas estatísticas produzidas.
A entidade sindical lançou a campanha “Democratização sim! Fundação não!”, com o objetivo de combater o que consideram um projeto privatizante.
A campanha do sindicato prevê ações nos próximos meses, incluindo articulações no Congresso Nacional e diálogos com ministérios e o governo federal, visando a garantir a integridade e autonomia do instituto.
Na quinta-feira 23, coordenadores dos Núcleos Estaduais da agremiação se reuniram virtualmente para discutir as ações antissindicais da direção do IBGE e formas de mobilizar os trabalhadores diante da atual crise.
O encontro contou com mais de 50 coordenadores de quase todos os Estados do Brasil, que definiram estratégias para serem implementadas pelo sindicato nos próximos meses.
Crise no IBGE está afetando trabalho de servidores
As preocupações expressas pelos servidores incluem alegadas tentativas de criminalizar greves, ataques ao sindicato por meio da comunicação institucional e a ameaça de exigir a mudança do nome da entidade sindical.
Também há receio sobre a cobrança de aluguéis retroativos por espaços cedidos pelo IBGE ao sindicato, vista como pressão.
O sindicato afirma que, apesar da crise ser supostamente usada para minar a imagem do instituto, os trabalhadores seguem comprometidos com a qualidade e seriedade na produção de informações geográficas e estatísticas.
“O entendimento dos coordenadores estaduais é que as ações antissindicais e autoritárias da atual gestão não têm potencial para afetar a produção das informações, já que os dados do IBGE são protegidos por um corpo técnico comprometido com os objetivos da casa”, declarou o sindicato.
No entanto, a exposição negativa do IBGE na mídia já está impactando a coleta de dados, dificultando o trabalho de campo dos servidores.
O sindicato também alerta que a criação da fundação IBGE+ traz riscos diversos, como a perda de autonomia do instituto e a precarização das condições de trabalho, comprometendo a qualidade dos dados produzidos.
“Estamos nos mobilizando contra a proposta de criação da Fundação IBGE+, que representa uma ameaça à autonomia e à qualidade do nosso trabalho”, declarou o Assibge-SN.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste