A taxa de analfabetismo recuou de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa taxa mostra que 9,6 milhões de pessoas acima de 15 anos não sabem ler nem escrever. A maior taxa foi registrada no Nordeste, onde 11,7% da população acima de 15 anos (5,3 milhões) não sabe ler nem escrever. No Norte, a taxa é de 6,4%. As demais regiões – Centro-Oeste (4%), Sul (3%) e Sudeste (2,9%) – têm taxas abaixo da média nacional. Do total de analfabetos, 5,2 milhões (ou 54,1%) são pessoas com mais de 60 anos.
As três maiores taxas de analfabetismo também estão em Estados do Nordeste: Piauí tem 14,8% de analfabetos; Alagoas, 14,4%; e Paraíba, 13,6%. As menores taxas estão no Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%) e em São Paulo e Santa Catarina (ambos com 2,2%).
Segundo o IBGE, entre as pessoas pretas ou pardas com 15 anos ou mais de idade, 7,4% eram analfabetas, mais que o dobro da taxa encontrada entre as pessoas brancas (3,4%). No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos foi de 9,3%, enquanto entre pretos ou pardos ela chegava a 23,3%.
Analfabetismo em trajetória de queda no Brasil
De 2019 para 2022, a taxa de escolarização das crianças de 4 a 5 anos caiu de 92,7% em 2019 para 91,5% em 2022. Já entre crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, o índice se manteve elevado, em 99,4%. E a taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos subiu de 89% em 2019 para 92,2% em 2022.
“O analfabetismo segue em trajetória de queda, mas mantém uma característica estrutural: quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos”, declarou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. “Isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda crianças, enquanto permanece um contingente de analfabetos, formado principalmente, por pessoas idosas que não acessaram à alfabetização na infância/juventude e permanecem analfabetas na vida adulta.”
O Norte e Nordeste batendo os seus recordes, negativos , claro…