A tirolesa do Cânion Fortaleza, no Parque da Serra Geral, em Cambará do Sul (RS), fechou na semana passada. Segundo a Urbia, gestora local, a operação foi inviabilizada pelo baixo fluxo de visitantes nos últimos meses.
“Assim como todo o Estado, a concessionária foi severamente afetada pela crise climática que abateu a região”, informou a Urbita, em nota. “O plano de reestruturação interna é adequado ao novo contexto da empresa, em meio à calamidade, e faz parte das medidas para mitigar os efeitos da baixa visitação dos parques.”
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A gestora informou que houve 60% de queda no fluxo de visitantes, de maio a agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso ocorreu por causa da baixa qualidade das estradas, somada à danificação da malha aérea para o Estado. A empresa confirmou que as demais áreas de visitação seguem abertas.
O equipamento foi instalado no início de julho de 2023 e, segundo a Urbia, era o mais alto das Américas, com 1.099 m de altura.
O impacto no turismo local
O fechamento da tirolesa, por tempo indeterminado, foi confirmado pelo Secretário de Turismo de Cambará do Sul, Fabiano Souza da Silva.
“Esse impacto do encerramento das atividades da tirolesa é negativo”, disse o secretário ao jornal O Estado de S. Paulo. “Há relatos de grupos de agências que tinham até 60 pessoas para conhecer a tirolesa e que agora não têm a possibilidade de viver a experiência. A gente foi pego de surpresa, pois não houve nenhuma comunicação prévia da Urbia com o Conselho Municipal de Turismo, entre outros órgãos.”
Fabiano Souza também destacou que o baixo movimento de turistas em visita à cidade e aos cânions se deve ao fechamento do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, desde o início de maio deste ano, quando foi inundado pelas enchentes.
O fechamento da tirolesa do Cânion Fortaleza
“Sem o aeroporto, foi reduzido muito o fluxo de turistas de outras regiões do Brasil”, disse Fabiano Souza. “O fato de recebermos essa notícia que a tirolesa não está funcionando é muito prejudicial, pois acaba afastando os turistas que viriam experimentar esse atrativo.”
O Secretário Municipal de Turismo também apontou as condições precárias da estrada ERS-427, que dá acesso ao Cânion Itaimbezinho, um dos principais pontos turísticos da região.
“De fato, tem trechos muito ruins lá ainda”, destacou o secretário. “Essa estrada deveria estar pronta desde 1998, quando foi solicitada, mas conseguimos fazer as obras recomeçar.”
Obras de pavimentação da ERS-427
Em junho deste ano, o governo do Estado do Rio Grande do Sul deu início às obras de pavimentação da ERS-427, no acesso ao Cânion de Itaimbezinho, entre Tainhas e Cambará do Sul.
A rodovia tem parte do trecho dentro do Parque Nacional de Aparados da Serra. O valor investido na obra, que tem 17 quilômetros de extensão, é de R$ 36 milhões, e faz parte do Programa Avançar.
A pavimentação da rodovia está em andamento. A primeira etapa, com 10 quilômetros de extensão, alcançará a entrada do parque.
A licença ambiental para os primeiros 11 quilômetros, já concedida pela Fepam, aguardava apenas a validação do Ibama. Depois das negociações com o governo federal, foi possível obter uma licença única para toda a obra.
A matéria deveria ouvir os turistas na região e os empreendedores do turismo local.
Estive em Cambará do Sul Final de semana passada.
O que afasta o turista dos cânions são os valores exorbitantes de entrada e ter que comprar combo de visitação.
Da pousada onde eu estava, pelo menos 12 pessoas que conversamos, desistiram da visita, pelo alto custo e por ter que comprar combo.