Câmeras de segurança do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, registraram o momento em que Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi executado nesta sexta-feira, 8. O empresário delatou esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os criminosos, afirmava-se que o prêmio pelo assassinato do delator era de R$ 3 milhões. Os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima, que foi alvejada por volta das 16h.
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Segundo a perícia, a dupla que atirou em Gritzbach portava dois fuzis e fez pelo menos 27 disparos.
Além do empresário, motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava de outro voo foram atingidos, mas o quadro de saúde deles é considerado estável.
Nas imagens, Gritzbach aparece carregando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos criminosos. Ele tenta fugir, mas é atingido pelos tiros e cai perto da faixa de pedestres.
Os vídeos do circuito interno também mostram o momento em que autores do crime fogem do local. Mais tarde, a polícia localizou o veículo em Guarulhos.
Câmeras de segurança do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, registraram o momento em que Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi executado nesta sexta-feira, 8. O empresário delatou esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). pic.twitter.com/woX7mMaL5J
— Revista Oeste (@revistaoeste) November 9, 2024
Empresário tinha ligação com o PCC
Antonio Gritzbach foi acusado pelo PCC de ter desviado R$ 100 milhões da organização e ter ordenado as mortes do traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e do motorista Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, em dezembro de 2021. Os valores teriam sido entregues pelo criminoso a Gritzbach para que fossem lavados em criptomoedas.
Ligado ao tráfico internacional de drogas para a Europa, Cara Preta era acionista da empresa de ônibus UPBUs. Em apenas nove meses de 2020, ele movimentou R$ 160 milhões em contas bancárias, segundo relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
O duplo homicídio teria sido cometido em parceria com o agente penitenciário David Moreira da Silva e Noé Alves Schaum, formalmente denunciado por ser o executor dos membros do PCC, foi assassinado em 16 de janeiro do ano passado. Com as mortes, o PCC chamou o corretor de imóveis para “conversar”.
Antonio Gritzbach sob cárcere privado
Em depoimento prestado às autoridades, Gritzbach descreveu ter ficado em poder da facção por nove horas durante o tribunal do crime. Ele foi liberado sob a promessa de que iria devolver a fortuna, mas foi preso. Ele ganhou liberdade condicional e passou a usar tornozeleira eletrônica em junho de 2023.
Dois meses depois, a defesa do homem ofereceu uma delação premiada ao Ministério Público. Em seus seis depoimentos, Gritzbach acusou dirigentes ligados a empresas de agentes de jogadores de futebol por lavarem dinheiro do PCC. Um dos envolvidos seria Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, da Lion Soccer Sports, que seria um dos presentes no sequestro do corretor.
Segundo ele, Tripa era o mais violento entre os sequestradores, pois teria mandado o corretor ligar a familiares para se despedir e ameaçou esquartejar a vítima. A empresa da qual Danilo Oliveira é sócio agencia jogadores da Série A do Campeonato Brasileiro. O empresário também mencionou suspeitas de pagamento de propina à Polícia Civil na investigação da morte de Cara Preta.
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Gritzbach já havia sido alvo de um atentado em dezembro do ano passado. Na noite de Natal, um tiro de fuzil foi disparado contra a sacada do apartamento onde morava, no Jardim Anália Franco, bairro de alto padrão na zona leste de São Paulo, mas o autor errou o alvo.