(ERRATA: Diferentemente do que foi publicado inicialmente, a empresa terceirizada que presta serviços às vinícolas gaúchas é a Fenix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda, e não a Fênix Serviços de Apoio Administrativos. A informação errada foi repassada pela assessoria de comunicação do Ministério Público do Trabalho.)
Acusadas de uso de trabalho análogo à escravidão, três vinícolas gaúchas se manifestaram conjuntamente para rechaçar as denúncias. As empresas estão entre os principais produtores de Bento Gonçalves.
“Jamais silenciaríamos nem deixaríamos de adotar medidas concretas para enfrentar o fato ocorrido em nossa região”, divulgaram as entidades representativas do setor, em comunicado conjunto.
A denúncia veio à tona na quarta-feira 22 e foi feita contra a empresa terceirizada Fenix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda, que presta serviço às vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton, entre outros produtores. A prática é adotada anualmente durante a safra de colheita de uva.
Segundo a acusação, três trabalhadores procuraram a polícia para dizer que eram mantidos contra sua vontade num alojamento na cidade de Bento Gonçalves. Uma operação da polícia realizada no mesmo dia identificou outras 200 pessoas que estariam em situação semelhante, classificada como trabalho análogo à escravidão.
A Fênix atua na região há dez anos. Ainda segundo a denúncia, os trabalhadores eram “extorquidos, ameaçados, agredidos e torturados”. O fato era desconhecido pelas vinícolas.
“O contrato era de prestação de serviço de descarregamento dos caminhões e seguia todas as exigências contidas na legislação vigente”, informou, em nota, a Cooperativa Garibaldi. Segundo as fontes ouvidas por Oeste, a vinícola contratou apenas 15 terceirizados da Fênix nesta safra. A maior contratante era a Vinícola Aurora.
“O ocorrido merece total repúdio de todos que prezam pela dignidade humana”, manifestaram as entidades e as vinícolas. “A ocorrência não representa as práticas do setor.”
Os trabalhadores resgatados atuavam nas parreiras e estavam na região desde o início de fevereiro. Segundo o Ministério Público do Trabalho, a maioria foi recrutada na Bahia. O transporte, a alimentação e o alojamento deles, fora do horário de trabalho, eram de responsabilidade da empresa terceirizada. “Nos turnos de colheitas, os trabalhadores terceirizados se alimentavam nos refeitórios com os demais funcionários da vinícola”, informou um funcionário da Garibaldi a Oeste.
Pedro Augusto de Oliveira Santana, responsável pela Fênix, foi preso e solto mediante o pagamento de fiança, no valor de quase R$ 40 mil. Por nota, a empresa afirmou que os devidos esclarecimentos serão prestados no decorrer do processo judicial.
Prefeitura e entidades defendem empresas
“Em nenhum momento houve má-fé das marcas”, afirmou Diogo Siqueira (PSDB), prefeito de Bento Gonçalves. Em conversa com Oeste nesta terça-feira, 28, ele afirmou que todas as medidas foram adotadas para ajudar os trabalhadores assim que as entidades tomaram conhecimento dos fatos. “A empresa terceirizada precisa ser punida, e a gente tem de aprender com o que aconteceu”, admitiu.
Porém, segundo ele, não é possível colocar em risco toda a cadeia produtiva. São milhares de empregos diretos e indiretos gerados pelas empresas e pelos produtores associados, que, agora, “estão sob esse massacre”. Até o momento, as vinícolas não relataram suspensão de contratos por causa do ocorrido, mas informaram prejuízo à imagem, devido ao “cancelamento” promovido nas redes sociais.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), por exemplo, começou uma campanha maciça de difamação dessas vinícolas e do suco de uva fabricado pelo grupo. “Fizemos uma publicação no Twitter neste fim de semana falando um pouco das contradições entre capital e trabalho na produção nas vinícolas do Rio Grande do Sul”, disse a deputada estadual do PT do Rio de Janeiro, conhecida como Marina do MST, no Instagram.
Ver essa foto no Instagram
A vereadora do Psol do Rio de Janeiro Monica Benicio publicou no Twitter a imagem dos sucos Garibaldi, Aurora e Salton com a legenda “Nunca mais!”.
Nunca mais! pic.twitter.com/4dku7rqYOk
— Monica Benicio 🏳️🌈 (@monica_benicio) February 26, 2023
As entidades do setor afirmaram que, diante do episódio, “foi definida a intensificação da fiscalização de fornecedores e prestadores de serviços, buscando o cumprimento dos requisitos legais e trabalhistas”, para evitar que casos semelhantes se repitam.
O gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul, Vanius Corte, ressaltou que o caso descoberto na semana passada é um “problema ocasional”, e não reflete uma prática comum do setor. Segundo ele, a produção de vinho na região é, em geral, idônea e responsável.
O que dizem as vinícolas gaúchas
A Vinícola Garibaldi afirmou que a contratação da mão de obra se deu para suprir a demanda pontual e específica do descarregamento de caminhões no período da safra, que é de aproximadamente 45 dias. A empresa “aguarda a apuração dos fatos, com os devidos esclarecimentos, para que sejam tomadas as providências cabíveis”.
A Família Salton lamentou os fatos e repudiou qualquer ato de violação dos direitos humanos. “Embora nossa empresa tenha atendido à exigência legal na contratação da terceirizada, reconhecemos que não averiguamos in loco as condições de moradia oferecidas pelo prestador de serviços”, afirmou. “Foi um fato isolado na trajetória centenária da empresa.”
A Vinícola Aurora informou que repassa à empresa terceirizada um valor acima de R$ 6,5 mil mensal por trabalhador contratado e exige da terceirizada toda a documentação prevista na legislação trabalhista. “Todo e qualquer prestador recebe alimentação de qualidade durante o turno de trabalho, como café da manhã, almoço e jantar”, reforçou.
Os fatos precisam ser apurados e se ficar constatado que houve irregularidades, que os culpados paguem por seu erros!
Consumimos suco de uva da Vinícola Aurora e vamos continuar consumindo, Consumo vinho chileno e passo agora a consumir vinhos da Vinícola Aurora.
Essas Vinicolas que usa o suor e o sangue do trabalhador tem que ser boicotada. Eu não compro mais nenhum produto destas três vinícolas.
E faço questão de fazer a propaganda contra.
O Brasil está doente, a doença é a esquerda.
*VINÍCOLAS DO SUL E TRABALHO ESCRAVO* 👇🏻
Tem sido amplamente divulgada a notícia de que 3 famosas vinícolas estariam empregando mão de obra similar à trabalho escravo.
Ao ler isso, e porque somos pessoas de bem, ficamos imediatamente revoltados, certo? E corremos indignados para descobrir quais seriam estas “péssimas” empresas.
Pois bem, fui pesquisar e li a descrição de um “trabalhador semi escravizado” que transcrevo abaixo:
“…meu trabalho era *dedurar* ao Capataz, que usava uma camiseta preta do presidente Bozo…”
Como assim?
😱🤔🫣
Desde quando um trabalhador rural usa este linguajar?
Vamos relembrar que estas vinícolas ficam no sul do Brasil. *São parte do AGRO.* O Agro sustenta o Brasil e apoiou o presidente Bolsonaro.
O loola e sua corja querem vingança.
Entenderam esta denúncia descabida atingindo 3 das maiores vinícolas Brasileiras?
Procure saber.
🙄🧐🤬🥂
A esquerdalha está se esbaldando na moralidade siga o chefe, mas ainda tenho esperança.
O préjulgamento em si já é um ato injusto.
Esses falsos sindicalistas são parasitas suicidas…
Acorda Brasil
Sem ruptura estamos fadados ao fracasso, enxugando gelo…
Se políticos da esquerda satânica falam mau de um produto é porque é bom.
Vou continuar comprando essas marcas.
Marcas que não compro são de empresas que querem lacrar ou que arregaram pra slegpiants, pt, psol e cia.
Mimimi do cacete
O nível das matérias jornalísticas, em geral, são de péssima qualidade e só macheteiam sem base formal de investigação e verificação de fatos que são surrupiados das matérias. É uma lógica, infelizmente, da rede globo e da rbs. Dias atrás com a quela história da idosa que fazia mais de 30 anos considerada desaparecida, finalmente foi encontrada num hotem da serra gaúcha onde recebia abrigo e assistência. Primeiramente como empregada e depois com a idade avançada ficou morando no próprio hotel. A imprensa em vez de destacar a descoberta e entrevistar a famíia, como algo extraordinário e de felicidade, mostrou o lado não bem explicado no trabalho análogo a escravo. Uma família que tem seu ente querido desaparecido por décadas e conseguem encontrar deveria ser motivo de alegria e felicidade. Pareque não foi bem assim. Os jornalistas passaram por cima do núcleo da história e que de repente o pessoal do hotel é que é criminoso. Não conheceram a vida como ela é com pessoas interessadas a abrigar idoso desamparados, desnorteados e que não sabia suas origens familiares, ou se escondia. Agora, um incidente infeliz, desejam manchar a imagem de empresas idôneas e que orgulham a serra gaúcha com seus produtos. A história, deste nível, deve ser bem contada e colocar na balança o que pode significar para uma empresa de muitos anos de trabalho árduo e que tem a matéria prima que é colhida apenas num momento do ano. O grande pecado de várias empresas no Brasil, inclusive a RBS e Globo é que incentivam a terceirização ou contratos com apresentadores e âncoras como se eles não fossem empregados…